Após 4 anos de guerra, STF vive tempos de paz com o Planalto
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) teriam demonstrado certo interesse de manter uma boa relação com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são da Folha de S.Paulo.
A Corte, após quatro anos de duros embates com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), vê no governo petista um clima de harmonia e recheado de acenos recíprocos.
Tal boa relação pôde ser vista após Lula colocar como uma das primeiras coisas de sua agenda, ao assumir o governo, uma visita ao Supremo, onde se reuniu com os integrantes do tribunal no gabinete da presidente, a ministra Rosa Weber.
Em contrapartida às ações do petista, em um julgamento com impacto direto em um dos principais pilares de sustentação do PT, o ministro Gilmar Mendes alterou um voto dado anteriormente para defender o recolhimento da contribuição assistencial de trabalhadores não sindicalizados.
No começo de 2020, Gilmar votou contra um recurso apresentado para derrubar a decisão. Agora, no entanto, afirmou que o relator, Luís Roberto Barroso, apresentou uma nova perspectiva sobre o tema que o levou à mudança de entendimento.
Barroso, por sua vez, mudou de posição em relação a um integrante do primeiro escalão de Lula. Trata-se do ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, que apresentou um recurso para anular a condenação de 2019 do STJ (Superior Tribunal de Justiça) por peculato. O magistrado votou inicialmente contra o pedido de anulação do caso. Depois, entretanto, recuou e se posicionou para beneficiar o aliado de Lula.
Já Dias Toffoli fez um movimento interno em abril visando facilitar o ambiente para que Lula indicasse seu advogado criminal e amigo pessoal Cristiano Zanin para o Supremo.
Essa ação foi seguida por Edson Fachin, que “criou” um ambiente favorável à indicação de Zanin à Corte e ajudou a evitar constrangimentos na casa com a escolha do petista.