Partindo desse princípio chego a conclusão que precisamos cuidar, zelar e preservar.
Bem sei o quanto é difícil, mas também sei que sem amor, senso de responsabilidade e orgulho da cidade em que vivemos, nada disso é possível.
Mesmo no tempo de isolamento e de poucas caminhadas de carro ou a pé, tenho observado a minha cidade Maceió, tão cantada em versos e prosas, encontra-se quase que esquecida, tal como foram os bairros do Bebedouro, Pinheiro, Gruta do Padre, tão como os conjuntos que existiam nestas localidades, as comunidades antigas, pessoas que criaram filhos e netos, as escolas fechadas e desapropriadas, o meio de vida de mercadinhos, quitandas, sustento de verdureiros, do homem que vende cuscuz, do vendedor de pão ambulante e tantos outros trabalhadores informais, esquecidos… Meu Deus que desalento é esse?
Quando criança, ainda numa Maceió de estrutura pequena, poucos carros, ruas estreitas, me parecia que tudo estava em seu devido lugar. Vizinhos conhecidos, poucas comunidades, era mais fácil se governar. Seus políticos era seus amigos, conhecidos próximos, gente que se conhecia, família conhecida, tínhamos uma visão de quem eram.
Os tempos mudaram. A cidade cresceu desordenada, tem ar de metrópole, mas não é, as pessoas tornaram desconhecidas, que chegaram e se avançaram no lugar, muitos sem permissão. E assim foi criada uma nova cidade com novos donos…
É verdade que nunca fomos tida como uma cidade de memória, de gente barrista, amorosa e orgulhosa de sua Alagoas, bem diferente dos nossos vizinhos pernambucanos e os mais longínquos baianos. Lamentável. Mas, temos as exceções, aqueles que souberam dá privilégios e orgulho a Terra dos Marechais, assim como na literatura, na música, no teatro, no cinema, na medicina, mas que tiveram que abandoná-la simplesmente para que pudessem alçar vôos e viver de sua arte. Outros ficaram por aqui, e foram, foram e se foram no adeus. Admiráveis, resistentes e persistentes, aqui os meus aplausos.
Maceió, a cidade sorriso de versos de Edécio Lopes, Aldemar Paiva, Djavan, está precisando de atenção, além da conscientização de seus moradores na questão de educação e amor a sua cidade, já tão cansada de forasteiro e de boa vontade, porque desses tipos o inferno anda lotado.
Conterrâneos, vamos fazer a nossa parte para que o "Poder" público possa trabalhar, porque garanto, na nossa casa, onde moramos tudo está organizado.
Cidade limpa e feliz é também do nosso dever manter.