Neste domingo (9), acontece a edição mais polêmica da história do Globo de Ouro
A Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA, na sigla em inglês) confirmou a realização dos Globos de Ouro de 2022 neste domingo (9/1).
Em anúncio, os organizadores confirmaram que o evento manterá a data original, após o Critics Choice adiar seu evento que aconteceria no mesmo dia. A premiação, porém, não terá o tradicional tapete vermelho, presença da imprensa ou de celebridades, muito menos a entrega presencialmente de prêmios.
Na edição deste ano, no lugar dos astros de Hollywood, o evento contará com a presença dos apoiadores das atividades filantrópicas da HFPA, que anunciarão as vitórias dos ausentes nas categorias em disputa.
Mantendo a tradição de anos, o anúncio acontecerá no Beverly Hilton Hotel, em Beverly Hills (EUA). Como comentei acima o anúncio será para poucos convidados, o uso de máscaras e o distanciamento social serão obrigatórios.
[caption id="attachment_38469" align="aligncenter" width="518"] Vista do Beverly Hilton Hotel[/caption]Lembramos que a decisão não tem relação com o avanço da variante ômicron da covid-19, mas sim com a situação da HFPA, que caiu em desgraça e perdeu a transmissão televisiva de seu evento.
De acordo com uma matéria recente da Variety, a HFPA até chegou a tentar contato com alguns famosos para a apresentação de prêmios, mas todos recusaram participar do Globo de Ouro 2022. Emissoras ao redor do mundo, incluindo a norte-americana NBC e a brasileira TNT, cancelaram a transmissão do prêmio pela TV.
Para quem está por fora, a NBC tomou a decisão de não transmitir a premiação, após uma denúncia de que a HFPA não tinha integrantes negros, o que também trouxe à tona acusações de histórico sexista e falta de diversidade étnica dos integrantes da organização.
A imprensa estadunidense apurou que não havia nenhuma pessoa negra entre os 80 membros da HFPA. Também foi revelado que vários integrantes da associação aceitavam presentes e estadias luxuosas em hotéis oferecidas pelos estúdios, que faziam campanha pela indicação de seus títulos no Globo de Ouro.
Por conta disso, a HFPA se comprometeu a mudar, abrindo vagas para novos membros e mudando várias de suas regras, incluindo a adoção de um manual de ética. Porém, poucos levaram fé nas promessas e o boicote ao evento foi mantido.
Entretanto, após os esforços iniciais para se “renovar”, a organização aprovou seis integrantes negros em 1 de outubro – um resultado pífio, que tornou os eleitores do Globo de Ouro apenas 5,7% mais diversos que no ano passado.
A premiação sem entrega de prêmios servirá basicamente para que os responsáveis pelo Globo de Ouro voltem a se comprometer com mudanças, visando viabilizar a transmissão televisiva de seu evento com celebridades em 2023.
Recorde os NOMEADOS desta edição na matéria da querida Maria Inês Gomes do site de cinema português Cinema Sétima Arte.