Jean-Marc Vallée morreu repentinamente aos 58 anos. O roteirista, diretor, editor e produtor canadense ganhou o Emmy Awards e o DGA Award pela aclamada série da HBO “Big Little Lies”, e foi indicado ao Oscar por ter editado seu longa “Clube de compras Dallas”, o filme rendeu a Matthew McConaughey o Oscar de Melhor Ator e a Jared Leto o Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

Segundo informações do site Deadline, amigos e familiares do diretor canadense estão em choque. Vallée morreu em sua cabana que fica fora de Quebec.

Nathan Ross, produtor parceiro de Vallée em produções como “Big Little Lies” e “Sharp Objects”, lamentou o falecimento do diretor.

“Jean-Marc representou criatividade, autenticidade e tentar [fazer] as coisas de forma diferente. Ele era um verdadeiro artista e um cara generoso e amoroso. Todos que trabalharam com ele não podiam deixar de ver o talento e a visão que ele possuía. Ele era um amigo, parceiro criativo e um irmão mais velho para mim. O maestro fará muita falta, mas é um conforto saber que seu belo estilo e trabalho impactante que ele compartilhou com o mundo vão viver ”, declarou Ross em comunicado.

Vallée deixa seus filhos, o ator Alex Vallée e o editor Émile Vallée.

“Jean-Marc Vallée foi um cineasta brilhante e ferozmente dedicado, um talento verdadeiramente fenomenal que infundiu cada cena com uma verdade profundamente visceral e emocional”, disse a HBO em um comunicado.

Carreira:

Vallée começou a carreira fazendo videoclipes nos anos 1980, mudando para o cinema em 1995 com o lançamento de seu primeiro longa: "Lista Negra", um suspense envolvendo o assassinato de uma prostituta e uma lista de suspeitos proeminentes, todos juízes. A produção obteve nove indicações ao Genie Awards, o "Oscar" da Academia Canadense de Cinema, que ele finalmente foi vencer dez anos depois, com seu quarto longa.

A comédia de época "C.R.A.Z.Y. - Loucos de Amor" consagrou Valée em 2005. O filme venceu quatro Genies, incluindo Melhor Filme e Diretor, e abriu as portas para uma nova fase em sua carreira, rendendo sua primeira produção de grande orçamento.

Contudo, foi o longa "A Jovem Rainha Vitória" (2009), estrelado por Emile Blunt, que catapultou o canadense em Hollywood. Entretanto, antes de assumir projetos estadunidenses, rodou seu primeiro drama franco-canadense, "Café de Flori" (2011), estrelado pela cantora e atriz francesa Vanessa Paradis.

O ápice em terras hollywoodianas veio com o aclamadíssimo e impactante "Clube de Compra Dallas" (2013), baseado na história real de um texano aidético que salvou a sua vida e várias outras ao contrabandear remédios contra Aids barrados pela burocracia nos EUA.

Para o longa Matthew McConaughey perdeu vários quilos, ficando só pele e osso para desempenhar o papel, a aparência física atrelada ao desempenho memorável rendeu a McConaughey o Oscar de Melhor Ator. Jared Leto também conquistou um prêmio de Melhor Coadjuvante pela estrelar e visceral atuação como um transexual aidético. Porém, na 86ª cerimônia de entrega dos Academy Awards, Vallée, foi lembrado apenas na categoria de Edição e não venceu, acabou perdendo para Alfonso Cuarón e Mark Sanger (Gravidade).

Seus dois últimos longas foram: "Livre" (2014), que rendeu indicações ao Oscar para Reese Witherspoon e Laura Dern, e "Demolição" (2014), com Jake Gyllenhaal, premiado no Festival SXSW.

Nos últimos anos, voltou seu talento para a televisão. Em 2017, o cineasta venceu tanto o DGA Award, prêmio do Sindicato dos Diretores, quanto o Emmy de Melhor Direção pela série "Big Little Lies". No total, a produção da HBO levou oito Emmys, mas Vallée não quis dirigir a 2ª temporada quando a minissérie original foi estendida com uma continuação. Em vez disso, foi comandar "Sharp Objects" (também conhecida pelo título nacional do livro em que se baseia, "Objetos Cortantes"), que disputou mais oito Emmys no ano seguinte.

Ele estava desenvolvendo "The Player's Table", série que seria estrelada pela cantora Halsey, e um filme sem título quando faleceu.