In Memoriam: Roger Michell (1956-2021) - Diretor de ‘Um lugar chamado Notting Hill’
O cineasta Roger Michell, que dirigiu a comédia romântica ‘‘Um lugar chamado Notting Hill’’, morreu aos 65 anos, anunciou sua família nesta quinta-feira. A causa da morte ainda é desconhecida.
[caption id="attachment_556178" align="aligncenter" width="440"] Getty Images[/caption]‘‘A família de Roger Michell, diretor, autor e pai de Harry, Rosie, Maggie e Sparrow, anuncia com grande pesar sua morte aos 65 anos no dia 22 de setembro’’, segundo um comunicado de seu agente.
Filho de um diplomata, Roger Michell nasceu em 5 de junho de 1956 na África do Sul e viveu sua infância em Beirute, Damasco e Praga antes de retornar ao Reino Unido. Começou a carreira no teatro e na televisão, onde dirigiu séries e filmes.
Ele fez a transição para as telas no começo dos anos 1990, dirigindo a minissérie ‘‘Downtown Lagos’’ (1992) para a BBC e consagrando-se no ano seguinte com a enormemente aclamada ‘‘The Buddha of Suburbia’’ (1993), adaptação do romance homônimo de Hanif Kureishi estrelada pelo então jovem Naveem Andrews (‘‘Lost’’). Michell também dirigiu o clipe da música-tema da atração, composta por ninguém menos que David Bowie. Em seguida, assinou seu primeiro longa televisivo, ‘‘Persuasion’’, adaptação do romance homônimo de Jane Austen, que venceu o BAFTA, troféu da Academia Britânica de Artes Cinematográficas e Televisivas, como Melhor Telefilme de 1995, detalha o site Pipoca Moderna.
O Pipoca Moderna recorda que a repercussão positiva dos trabalhos na TV o levou ao cinema. A estreia aconteceu em 1997 com ‘‘My Night with Reg’’, drama centrado numa noite de reminiscências de um grupo de homossexuais ingleses depois que um de seus amigos morre de AIDS. Ele ainda fez outro drama, ‘‘Lutando Pela Paz’’ (1998), sobre a tensa situação política na Irlanda do Norte, antes de filmar a obra que mudou o rumo de sua carreira.
Escrita pelo mestre das comédias românticas britânicas Richard Curtis, ‘‘Um Lugar Chamado Notting Hill’’ (1999) trazia Julia Roberts como uma estrela de Hollywood que se apaixonava, contra todas as possibilidades, por um livreiro inglês acanhado, interpretado por Hugh Grant. Cheia de personagens pitorescos, cenários londrinos e situações divertidas, a produção virou um fenômeno, estourou bilheterias em todo o mundo e levou Hollywood a assediar o diretor com vários projetos, lembra o editorial do Pipoca Moderna.
[caption id="attachment_556179" align="aligncenter" width="376"] Hugh Grant e Julia Roberts em ‘‘Um Lugar Chamado Notting Hill’’ (1999)[/caption]Michell tentou mostrar versatilidade ao optar por estrear no cinema americano com o suspense ‘‘Fora de Controle’’ (2002), estrelado por Ben Affleck e Samuel L. Jackson. Mas o filme fracassou nas bilheterias. Frustrado, o diretor decidiu retomar a parceria com Hanif Kureishi, filmando dois roteiros do escritor de ‘‘The Buddha of Suburbia’’: o drama ‘‘Recomeçar’’ (2003), com Daniel Craig, e a comédia "Venus" (2006), que rendeu ao astro Peter O'Toole sua indicação final ao Oscar de Melhor Ator.
[caption id="attachment_556182" align="aligncenter" width="385"] Peter O'Toole em sua indicação final ao Oscar de Melhor Ator, em ‘‘Venus’’(2006)[/caption]Michell dirigiu três comédias maravilhosas, respectivamente, ‘‘Uma Manhã Gloriosa’’ (2010) com Rachel McAdams, Harrison Ford, Diane Keaton, Patrick Wilson e Jeff Goldblum, ‘‘Um Final de Semana em Hyde Park’’ (2012) com Bill Murray, Cynthia Nixon, Olivia Colman, Samuel West e Laura Linney, e ‘‘Um Fim de Semana em Paris’’ (2013) com Lindsay Duncan e Jim Broadbent. Também dirigiu a excelente minissérie ‘‘The Lost Honour of Christopher Jefferies’’, que lhe rendeu um novo BAFTA em 2014.
[caption id="attachment_556180" align="aligncenter" width="380"] Rachel McAdams, Harrison Ford e Diane Keaton em ‘‘Uma Manhã Gloriosa’’ (2010)[/caption]Seus trabalhos finais foram a adaptação gótica de ‘‘Minha Prima Raquel’’ (2017), baseada no romance de mistério de Daphne Du Maurier, em que Rachel Weisz viveu uma Viúva Negra fatal, o melodrama ‘‘A Despedida’’, com Susan Sarandon no papel de uma mãe com doença terminal, e ‘‘The Duke’’ (2020), comédia com Jim Broadbent e Helen Mirren sobre um roubo de arte histórico.
[caption id="attachment_556181" align="aligncenter" width="370"] Jim Broadbent e Helen Mirren em ‘‘The Duke’’ (2020)[/caption]Segundo informações apuradas pela Revista Extra, Michell foi casado com a atriz Kate Buffery, com quem teve dois filhos, e também com a atriz Anna Maxwell Martin, com quem teve outros dois filhos antes de se separar dela.
* Com informações do Pipoca Moderna e da Revista Extra.