Fechando questão
(BRASÍLIA) - A Executiva nacional do PMDB referendou a decisão da bancada do partido na Câmara e fechou questão a favor da reforma da Previdência esta semana.
O placar foi 19 a 3 a favor do fechamento de questão. Na prática, fechar questão significa obrigar os parlamentares do partido a votarem a favor da reforma, sob pena de punições que podem chegar à expulsão da legenda.
No entanto, o ministro Moreira Franco (Secretaria Geral) disse não haver previsão de punição para os infiéis.
"Se tivesse punição prevista, você estava ameaçando o companheiro", afirmou Moreira ao deixar a reunião.
"Por enquanto não foi estabelecida [punição]", disse o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil).
O presidente nacional do PMDB, senador Romero Jucá (RR), tentou explicar a inovação no modelo de fechamento de questão.
"[Haverá] fechamento de questão com punição. O que nós não fizemos foi dizer que tipo de punição será para não parecer que é uma ameaça feita aos deputados e deputadas do PMDB. Vamos, através da comissão de ética, definir a punição de cada um dependendo de um a postura não só do voto, mas também dos encaminhamentos", afirmou Jucá.
O PMDB tem 60 deputados. O governo precisa de 308 votos para aprovar a reforma da Previdência. Procurando demonstrar otimismo, Jucá disse esperar efeito dominó na base. "A gente espera que os partidos possam entender o posicionamento do PMDB e também possam fechar questão. Acho que isso facilita a votação dos deputados federais", afirmou o presidente da legenda.
Jucá também comentou a decisão do PSDB de só decidir sobre o fechamento de questão às vésperas da data a ser marcada para a votação.