O Legado da Lava Jato

30/11/2017 19h07
A afirmação feita por membros da força-tarefa da Lava Jato, por intermédio do procurador Deltan Dallagnol de que 2018 será a batalha final da operação só serviu para ficar desprovido de dúvidas que a condução do processo é tendenciosa e oportunista. A repercussão dessa fala foi instantânea e condenada por juristas e congressistas que viram tal declaração como uma carta política aberta a sociedade, pois 2018 é ano de eleições gerais. E mais ainda, aflora o que muito de nós juristas já desconfiavam, de que há sim há objetivos escusos nessas delações premiadas e agora reveladas; os  objetivos eleitorais. Francamente não é e nem pode ser esse o papel do Ministério Público que há muito tempo vem exacerbando as suas funções institucionais. O Dallagnol é um procurador do MPF competente e atuante de primeiro grau, igual a centenas de procuradores brasileiros dedicados, mas não se pauta com descrição. O que me parece é que ele oportunizou o momento, pois ganhou notoriedade por integrar e coordenar a força-tarefa da operação Lava Jato que investiga crimes de corrupção na Petrobras, e fez de cada denunciado um refém processual. Tornou-se uma celebridade em cima da popularidade dos denunciados e não consegue mais largá-los. Isso mesmo! Só me veio novamente a canção “Fico Assim Sem Você”  composta por  Cacá Moraes, gravada em 2002 por Claudinho e Buchecha. A boa notícia é que foi definido o término da operação do fim do mundo! Será em 2018. Oxalá que fiquem lições para todos, inclusive para Dallagnol, e que ninguém, nem mesmo ele, esteja acima da lei e jamais  abuse de sua autoridade. Este seria o maior legado.