Um senado com a bunda de fora
Em uma sessão patética e constrangedora o Senado Federal livrou Aécio Neves de ser processado e condenado por vários crimes que vai desde corrupção, extorsão. Lavagem de dinheiro e outros tantos. Mesmo diante de todas as manobras sujas, negociatas entre partidos e estratégias tramadas na busca da salvação do mineiro sujo, o placar foi pífio a favor do acusado , que por pouco não sofreu uma derrota entre seus iguais. O país não foi surpreendido, pois todos sabemos quantos bandidos ali estão , grande parte deles na mesma situação do político mineiro.
Os votos dos iguais
Entre os 44 senadores que votaram, favoravelmente ao retorno de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Senado, 28 são alvos de inquérito ou ação penal em curso no Supremo Tribunal Federal (STF). O tucano estava afastado de seu mandato desde 26 de setembro, por imposição da Primeira Turma do STF, formada por cinco ministros. Desde então, além da suspensão, Aécio estava sob efeito de medidas cautelares como recolhimento domiciliar noturno e proibição de viajar ao exterior. Denunciado ao STF por corrupção passiva e obstrução de Justiça, o senador foi acusado de pedir e receber propina de R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, delator da JBS preso por violar os termos de sua delação premiada
Entre os apoiadores de Aécio na mira do Supremo, 11 são do PMDB, partido que foi providencial na devolução do senador mineiro à atividade parlamentar. O apoio não foi à toa: também denunciado ao STF – por corrupção passiva, organização criminosa e obstrução de Justiça –, o presidente Michel Temer, que encara a votação de sua segunda denúncia na Câmara, empenhou-se pessoalmente na obtenção de apoio ao senador tucano, considerado essencial na manutenção do PSDB na base aliada. Nos últimos dias, Temer tem procurado tucanos como o senador Antonio Anastasia (MG), um dos principais aliados de Aécio, no sentido de impedir um eventual rompimento.
Ao todo, são pelo menos 48 os senadores com procedimentos abertos no STF, dos quais 34 estão sob investigação na Operação Lava Jato. Trata-se de um recorde, de acordo com o acompanhamento que este site faz desde março de 2004. Nunca foi tão grande o número de senadores formalmente colocados sob suspeita de terem praticado crimes. No último levantamento realizado, em abril deste ano, eram 42 os senadores investigados, o que já era um recorde na ocasião.
Os ridículos Renan e Jucá
Dois discursos me chamaram a atenção na sessão que livrou o senador Aécio Neves das graves acusações que lhe pesam. As defesas veementes, as vezes até beirando a histeria feitas por Renan Calheiros e Romero Jucá. Os dois senadores com maior número de acusações de todos os tipos de crime cometidos contra o dinheiro público. Não estavam a defender Aécio, mas cada um fazendo a sua própria defesa visando o amanhã. São os mais podres e os menos indicados para fazer qualquer defesa de independência de poderes, democracia e muito menos de ética. Os dois têm uma história de confronto permanente com a ética e de respeito ao interesse público. São chamados de marginais, não podem sair às ruas com medo da reação do povo. Renan Calheiros que envergonha os alagoanos e que certamente não deverá ser reeleito por conta de sua história política suja e Romero Jucá perderam uma boa oportunidade ao defenderem o direito de ser bandido do senador Aécio Neves.