CES discute política de saúde paras as mulheres
O Conselho Estadual de Saúde de Alagoas (CES/AL) realiza, durante os dias 5 e 6 de julho, a 1ª Conferência Estadual de Saúde das Mulheres, no Centro Cultural e de Exposições Ruth Cardoso, no bairro de Jaraguá, em Maceió. Serão dois dias de discussão, que começam às 8 horas da manhã e tem como objetivo contribuir com propostas que possam ser inseridas na Polícia Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres dentro da realidade em que vivem, sejam negras, travestis, quilombolas, indígenas, transexuais, mulheres com deficiência, ciganas, profissionais do sexo, encarceradas, privadas de liberdade, em situação de rua, pescadoras, além de outras.
As inscrições devem ser feitas online, pelo site do Conselho Estadual de Saúde de Alagoas, no endereço ces.al.gov.br. É importante que os conselhos municipais façam as inscrições dos delegados, nesses dias que antecedem o evento. Quanto mais inscrições online, mais rápido será o processo de acolhimento na Conferência. Para isso, a equipe técnica do CES tem se comunicado com os CMS, passando as orientações sobre as inscrições. O presidente do CES, Jesonias da Silva esteve no COSEMS AL - Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas, onde externou a importância do apoio dos municípios aos seus conselhos municipais para que confirmem a participação na Conferência.
O CES teve a preocupação de envolver na 1ª CESMU, a participação mais ampla possível dos segmentos de mulheres e desde a Comissão Organizadora isso está sendo cumprido. “Temos mulheres que representam os quilombolas, indígenas, mulheres com deficiência, além de conselhos, associações e instituições que representam a gestão, nos setores que cuidam das políticas estaduais em defesa das mulheres, preparando essa conferência”, explicou o presidente do CES. E isso, na avaliação dele, é muito importante porque traz a realidade que essas mulheres encontram no seu dia a dia, quando necessitam de atendimento médico, quando necessitam do tratamento preventivo, do medicamento, do acompanhamento de suas enfermidades.
Os preparativos começaram há menos de dois meses e mesmo com o pouco tempo, o Conselho já está na reta final de preparação da conferência. De acordo com a programação, elaborada para atender a maior universo possível de mulheres, a abertura será as 9h30 da manhã do dia 5 de julho, após o acolhimento dos delegados de cada município, podendo cada um enviar 4 delegados, sendo 3 mulheres. Já a capital terá 40 delegados, número proporcional à população. Os 40 conselheiros titulares do CES são delegados natos. Arapiraca será representada por 16 delegados, cujo critério é o mesmo da proporcionalidade populacional. A sociedade civil organizada e as minorias também têm direito a participar da 1ª CESMU com 100% de mulheres, num total de 40 vagas de delegadas.
“A recomendação do documento orientador é que 60% da participação seja de mulheres, acreditamos que vamos superar essa meta, pois o evento é sobre e para as mulheres. Será uma oportunidade única discutirmos os problemas que afligem as mulheres alagoanas e encontrarmos soluções que possam ser inseridas, seja na política estadual e na nacional de atenção integral à saúde das mulheres.”, destaca Fátima Carnaúba, secretária executiva do CES e Coordenadora da Comissão Organizadora da 1ª CESMU.
A abertura será às 10 horas, com apresentação cultural de mulheres artistas, seguida da leitura e posterior apreciação do regulamento, documento que norteia a Conferência. As 10h30 começa a primeira mesa redonda com o tema - Saúde das Mulheres: Desafios para a integralidade com equidade – que é também o tema central da 1ª CESMU, seguido de debate por toda a manhã.
Outros temas que serão debatidos no primeiro dia em grupos de trabalho, no período da tarde, foram divididos em 4 eixos. O primeiro aborda o papel do Estado no desenvolvimento socioeconômico e ambiental e seus reflexos na vida e na saúde das mulheres. O segundo eixo trata sobre o mundo do trabalho e suas consequências na vida e na saúde das mulheres. O terceiro é sobre vulnerabilidade nos ciclos de vida das mulheres e na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres e o quarto e último eixo abordará Políticas Públicas para Mulheres e Participação Social.
No dia segundo dia de Conferência, vão ser elaboradas e apreciadas as propostas dos grupos de trabalhos e em seguida eleitos os delegados e delegadas para a etapa nacional, que será a 2ª Conferência Nacional de Saúde das Mulheres, em Brasília, no mês de agosto. A primeira Conferência Nacional de Saúde e Direitos da Mulher, aconteceu em 1986 e foi parte da agenda de mobilização temática da 8ª Conferência Nacional de Saúde. 30 anos depois, as discussões são retomadas pelo Controle Social que visa em agosto traçar propostas para enfrentar os desafios atuais da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Mulheres.