Tenho todo o respeito e até certa admiração pelo juiz Sérgio Moro, um sério e competente magistrado, mas é natural que a vaidade muitas vezes prejudique sua isenção. Atores da operação quando sai uma nova fase da Lava Jato dão entrevistas coletivas e já expõem pessoas investigadas antes mesmo de a denúncia ser recebida. A meu ver são prejulgamentos. Queremos enfrentar a corrupção, mas queremos um país obscurantista ou fortalecido e com direitos?
Minha isenção me permite dizer: o ex-presidente Lula ser levado coercitivamente para depor pela Policia Federal foi legal? Claro que não, mas o “circo” estava armado e o espetáculo tinha que acontecer. Têm provas suficientes para prender prende, mas não fica apenas nessa onda de exibição.
Focando o outro lado encontramos o escândalo que foi capa da revista Veja e repercutido em toda imprensa nacional.
Em pronunciamento em Plenário, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) negou a denúncia da revista de que ele teria recebido dinheiro em uma conta nos Estados Unidos, segundo delação de dirigente da Odebrecht.
— É mentirosa a reportagem da revista Veja que me acusou de ter recebido recursos ilícitos da Odebrecht em uma conta que seria operada por minha irmã em Nova York — afirmou Aécio Neves.
Ele disse ainda que seu advogado entrou em contato com o do executivo da empreiteira Benedicto Junior, que teria sido o autor da denúncia. Segundo Aécio, ele negou haver na delação premiada do seu cliente qualquer menção à Andrea Neves ou à conta bancária em Nova York. O senador disse bastaria a revista Veja checar se tal conta realmente existe para comprovar a inverdade da denúncia.