Um governo trapalhão
(Florida-EUA) O presidente americano Donald Trump prometeu tirar o governo dos Estados Unidos das mãos do establishment político e entregá-lo ao povo americano. Até agora, no entanto, a Casa Branca não se tornou exatamente uma instituição dirigida pela vontade popular. Enquanto o republicano colocava em prática algumas das propostas de campanha mais polêmicas, por decreto, a aprovação de seu governo experimenta os mais baixos índices para um mandatário que mal esquentou a cadeira.
Em meio a protestos de rua e à pressão da bancada oposicionista, que atrasou ao máximo a aprovação de alguns dos indicados para o gabinete, Trump exercitou os músculos da presidência com uma série de ordens executivas (decretos). O novo chefe de Estado, porém, não contava com a suspensão judicial das medidas que pretendiam barrar a entrada de estrangeiros de sete países específicos, todos de maioria muçulmana
Lendo a opinião de Anthony Gaughan, especialista em eleições e professor de direito da Drake University, observamos que o intenso início de governo mostrou “uma desorganização nunca vista antes”. O estudioso observa que as divisões precoces entre membros da equipe têm enfraquecido a gestão republicana. Diferente do brasileiro que respira política e futebol, o americano, apesar de ser um povo que se diz “altamente politizado”, dá mostra de pouca consciência política por aqui, mesmo sabendo que muitos discordarão de mim. T
udo bem que eles sejam os “reis da democracia” do mundo, ninguém é forçado a nada politicamente, mas esse indicativo fica obscuro ao se constatar que se gasta mais de seis bilhões em publicidade em campanha eleitoral (recorde mundial) para levar apenas um terço da população às urnas. Só pode ter algo errado, com a população ou com os políticos.
Parece-me que o americano não está nem ai para quem vai dirigir o país que ele nasceu, mora e cria seus filhos. Falam mal do presidente, mas não discutem política. Você aborda pessoa de várias categorias sociais e não vê qualquer interesse por política. Talvez eles é que estejam certos. (O autor da coluna está na Flórida)