As agruras de um prefeito
Tenho dito insistentemente que tenho um pé atrás com essa história de “Herança Maldita” dita e repetida por inúmeros prefeitos ao assumir o cargo, tentando jogar nas costas do seu antecessor a culpa de sua incapacidade gerencial ou mesmo sua burrice para administrar.
A maioria sabia sim, da situação que iria encontrar o município. Os senhores prefeitos e senhoras prefeitas precisam mesmo é colocar suas equipes para trabalhar, cumprir suas promessa de campanha e administrar com seriedade. Não estou mandando esquecer o passado, muito pelo contrário. Auditem as contas, aponte os erros e vícios da administração anterior e denunciem formalmente aos órgãos competentes, mas desçam do palanque, pois a campanha acabou.
Como em toda regra tem exceção há realmente casos em que alguns dos atuais prefeitos receberam uma “bomba” de efeito devastador que ameaça qualquer indicativo de gestão responsável e eficiente. Será preciso muito esforço, imaginação e poder de negociação, para superar a situação catastrófica deixada irresponsavelmente como um presente pela conquista do mandato. Um desses casos emblemáticos está no município de Palmeira dos Índios, onde o prefeito Júlio Cezar a cada dia se surpreende com um fato novo, um rombo a mais, uma conta para pagar. Segundo sua assessoria a situação financeira na cidade de Palmeira beira o caos.
O INSS fez um bloqueio na última terça-feira (10), equivalente a R$ 700 mil reais, na parcela do FPM da Prefeitura, empurrando o município para o abismo. O prefeito Júlio Cezar terá agora que cortar no osso e reduzir despesas para garantir os compromissos. O valor do FPM era de R$ 1.171.350,00. O valor do débito deixado pela gestão anterior chega à casa dos R$ 700.000,00. Com os descontos normais, a nova gestão terá que se virar para pagar as contas, porque o que restou foi pouco mais de R$174.000,00.
Somam-se a estes outros débitos astronômicos que levam o município literalmente a uma situação de calamidade pública e de difícil solução. Resta ao prefeito palmeirense uma luta árdua, que não pode ser em pouco tempo solucionada, por conta de uma real e cruel “Herança Maldita”. Lista dos débitos deixados, até o momento, pelo antecessor em Palmeira dos Índios: Eletrobrás – R$7,2 milhões; UPA – R$ 3,6 milhões; FGTS – R$ 24 milhões; Hemodiálise – R$ 1,6 milhão; Casal – R$ 740 mil; Correios – R$ 37 mil; Palmeira Prev – R$ 3 milhões; Folhas de novembro, dezembro e décimo terceiro em aberto; restos à pagar não informado; precatórios, fornecedores e alugueis de imóveis; folhas de inativos, comissionados e contratados de novembro, dezembro e o décimo terceiro em aberto; dívidas com o INSS não informado; repasse Patronal também não informado. (Com informações da assessoria do prefeito Júlio Cezar).