Marqueteiros da maldade
Sou do tempo em que o principal produto em uma eleição era o candidato. Suas virtudes, seus defeitos, sua atuação política eram o foco da campanha, muitas vezes extremada. O guia eleitoral, as propagandas de rua, rádios, jornais e outros meios de comunicação eram produzidos por excelentes profissionais e agências locais, com peças da melhor qualidade para disputar a “guerra do voto”.
O marketing das campanhas era profissional e produtivo, sem custar milhões e sou testemunha disso, pois participei de negociações e contratações de alguns. Lembro aqui duas consagradas agências de propaganda que durante anos alavancaram candidaturas em todos os níveis em Alagoas: Chama Publicidade (Aloisio e Nelson) e Publicar (do saudoso Arnaldo Costa). Em ambas a qualidade das produções em minha opinião eram bem melhores que as de hoje, com um detalhe: o jogo baixo, a injúria, a difamação e criação da maldade não existiam.
Terminada a campanha a um a glória da vitória e ou adversário o reconhecimento da derrota. Sem mágoas, sem as feridas da agressividade virulenta de hoje. Eram concorrentes nunca inimigos, salvo casos raros.
Hoje tudo mudou. De anos para cá surgiu a figura execrável do “marqueteiro” que nada mais é que um cidadão com a inteligência voltada para a maldade, para a desagregação a troco de milhões. Para a política atual funciona assim: quanto menor for o escrúpulo e maior for a criatividade marginal está qualificado o tal de “marqueteiro”.
Um dia os políticos haverão de compreender que poderão disputar eleições limpas, sem usar da criminalidade das palavras e histórias que só destroem.
Vamos apostar e cobrar que a reforma política a ser proposta não seja uma enganação e corrija de pronto as condutas bandidas desses “marqueteiros de ouro”.