Na maior derrota de sua história o partido perdeu pelo menos 400 prefeituras
O PT é o grande derrotado das eleições municipais de 2016. O partido teve um corte de quase 60% do número de prefeitos no Brasil. Nas capitais, elegeu apenas um prefeito até agora. Outros sete estão no segundo turno, mas apenas dois ou três poderão levar.
Um partido não morre dessa forma, mas sai muito ferido. O PT vai perder cerca de 15 mil cargos comissionados nas prefeituras. Era gente que ajudava a sustentar a legenda financeiramente com parte de seus salários.
O partido encolheu em todo o país, quando se compara aos resultados que teve há quatro anos. Em São Paulo, perdeu na capital (apesar da reação de Haddad), na região metropolitana, incluindo o ABC, e no interior. No placar das urnas paulistas, ficou em 14º lugar, elegendo apenas 8 prefeitos. Havia vencido em 72 prefeituras na eleição de 2012. Outro desastre foi em Minas Gerais: ficou em 9º lugar. Nem apresentou candidato no Rio de Janeiro, preferindo apoiar o PCdoB. Ficou em 3º em Porto Alegre, antigo reduto eleitoral do PT. Na soma geral dos votos, amargou o 10º lugar.
Dá para ver claramente o peso da Lava-Jato sobre o desempenho petista. As denúncias de corrupção, o impedimento de Dilma, seguidos do estardalhaço na grande mídia, causaram danos irreparáveis. A prisão de algumas lideranças do PT na semana que antecedeu a votação, como Guido Mantega e Antônio Palocci, foi mais um balde de água fria nas expectativas petistas. O partido já estava isolado no Congresso Nacional. Agora, é o grande derrotado nas urnas. Daqui para a frente, pode sofrer dissidências internas que o tornem ainda mais adoecido.
Quase amaldiçoado. Por outro lado, pode aproveitar a derrota para rever a sua narrativa e retomar as origens ligadas ao movimento social. E ainda tem um trunfo para 2018: Lula. Se o ex-presidente escapar da provável condenação judicial.
E quem foi o grande vencedor da eleição paulista? Geraldo Alckmin. O governador emplacou João Dória, pouco conhecido do eleitor. Dória fez campanha dizendo que era um gestor e não um político. Funcionou. Alckmin reforça a posição dele na luta interna do PSDB e amplia o cacife para disputar a presidência da República na briga interna com Aécio Neves.