Tiro ao alvo no MP
Confesso que fiquei chocado com a nota publicada pelo Ministério Público, em seu site oficial esta semana. Vejam o texto abaixo.
Para capacitar os novos promotores de Justiça na prática de tiro prático, a Associação do Ministério Público do Estado de Alagoas (Ampal), com o apoio da Escola Superior do Ministério Público (ESMP), promoveu um treinamento com revólveres e pistolas, na sexta-feira passada, em Maceió. A entidade representativa também realizará no dia 22 de julho um momento de aprimoramento dos membros mais experientes no manuseio de armas de fogo.
Sob a supervisão dos oficiais da Assessoria Militar da Procuradoria Geral de Justiça, os promotores recém-empossados encontraram no curso conhecimentos fundamentais, teóricos e práticos, necessários à efetivação do tiro prático e defensivo. A partir da capacitação, os membros presentes aprenderam o funcionamento e manuseio de pistolas e revólveres na execução do disparo. Os inscritos no curso foram distribuídos em dois horários: das 8h às 12h e das 13h30 às 18h. Eles serão os mesmos do curso de aprimoramento na semana seguinte. Segundo a presidente em exercício da Ampal, promotora de Justiça Adilza Inácio de Freitas, o treinamento permitiu aos participantes uma melhor condição de defesa pessoal. “O curso vai ajudar os promotores a utilizar de forma correta e eficaz o armamento próprio, abordando nas aulas princípios de segurança, manuseio, posições de tiro, como também, tiro prático”, disse.
É lamentável e preocupante que a iniciativa esdrúxula tenha partido do Ministério Público, uma instituição ainda acreditada e respeitada. A sociedade DESARMADA certamente também não concorda com a iniciativa do MP.
Será que não seria de maior proveito que aos novos promotores fossem oferecidas capacitações para o seu dia a dia com os procedimentos institucionais, o papel de cada um como servidor público e sua relação com a sociedade e tantos outros temas que serão usados na vida de cada um no cumprimento de suas obrigações como agentes da administração? Quando o próprio procurador geral diz que “não há dinheiro para capacitações dos integrantes da instituição”. Soa estranho que haja verba para fins nada convencionais.
É uma pena que fatos dessa natureza aconteçam e justamente de onde não deveria acontecer. O respeitável e bem avaliado Ministério Público.