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O clima ficou tenso na terça feira no Supremo Tribunal Federal com vários ministros se mostrando indignados com o vazamento para a imprensa dos pedidos de prisão dos senadores Renan Calheiros, Romero Jucá, do ex-senador José Sarney e do deputado Eduardo Cunha formulado pelo procurador geral Rodrigo Janot. O episódio provocou reuniões e muita agitação nos gabinetes e no plenário da mais alta Corte. Entre os ministros o mais exaltado era Gilmar Mendes que aos gritos (ouvidos por jornalistas fora do ambiente de uma reunião) condenava o vazamento e ameaçava.
Falando a imprensa Gilmar Mendes classificou de "brincadeira" com o tribunal a divulgação dos pedidos de prisão de integrantes da cúpula do PMDB por tentativa de obstrução da Lava Jato.
Segundo o ministro, essa prática é grave e os responsáveis precisam ser chamados às falas.
"Na verdade, tem ocorrido, vamos dizer claramente, e aconteceu inclusive em processo de minha relatoria. Processos ocultos, que vêm como ocultos, e que vocês já sabem, divulgam no jornal antes de chegar ao meu gabinete. Isso tem ocorrido e precisa ter cuidado, porque isso é abuso de autoridade. É preciso repudiar isso de maneira muito clara".
Questionado se as críticas se referiam à Procuradoria-Geral da República, Mendes disse que a declaração era destinada a qualquer envolvido com esse tipo de vazamento. ”Quem estiver fazendo isto está cometendo crime".
Na verdade o constrangimento era grande com relação principalmente ao procurador Rodrigo Janot, responsável pelos pedidos de prisão.