Um país de racistas
Não dá para esconder que o Brasil continua sendo um país de racistas preconceituosos e intolerantes. O trágico de tudo isto é que por outro lado há a explicita complacência com a corrupção, o roubo descarado de políticos, o tráfico de drogas e as estatísticas mentirosas sobre a vertiginosa escalada do crime. Cansamos de ver a frase não confirmada de que o então presidente da França, Charles de Gaulle, havia dito: “O Brasil não é um país sério”. Hoje com certeza, pelos ditos e pelos fatos ele trocaria por “O Brasil é um país marginal”.
Esta semana a vítima do preconceito criminoso foi Taís Araújo, uma das mais belas e talentosas atrizes do cinema e da televisão, além de modelo. Jovem bem criada na zona Sul do Rio de Janeiro, formada em jornalismo, seu pai é economista, sua mãe pedagoga, possui uma irmã formada em medicina. Alguns marginais usaram as redes sociais para denegrir a sua imagem postando frases preconceituosas e agressivas do tipo “Entrou na Globo pelas cotas”, “Com esse cabelo dá pra lavar a Globo inteira”.
"É muito chato, em 2015, ainda ter que falar sobre isso, mas não podemos nos calar: na última noite, recebi uma série de ataques racistas na minha página", escreveu ela. Sem entrar em muitos detalhes, Taís disse que todos os comentários estão registrados e serão enviados à Polícia Federal. Espera-se que a PF tenha a mesma eficiência usada para investigar e prender esses bandidos que não diferem de traficantes e corruptos.
Agressão à mulher negra
Mostram as estatísticas que as mulheres negras são as maiores vítimas de violência doméstica no Brasil. Elas representam 60% das agredidas por pessoas conhecidas: no período de um ano, somam 1,5 milhão.
Diante desse índice de violência vai acontecer em Brasília a “Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver” n o próximo dia 18 de novembro e deverá reunir cerca de 20 mil mulheres de todos os estados e regiões do Brasil para marchar pela garantia de direitos já conquistados, pelo direito à vida e a liberdade, por um país mais justo e democrático e pela defesa de um novo modelo de desenvolvimento baseado na valorização dos saberes da cultura afro brasileira
Está prevista para o mesmo dia uma sessão conjunta do Senado e Câmara Federal e uma audiência com a presidenta da República, Dilma Rousseff. A diretora executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, ex-vice presidenta da África do Sul também confirmou presença. São esperadas, ainda, as ativistas norte-americana Ângela Davis e Bell Hooks, entre outras referências internacionais na luta pela igualdade racial e de gênero.
Não basta acabar com a corrupção e a marginalidade na política brasileira. Será preciso também por fim a intolerância, ao preconceito criminoso, com penas severas para os infratores. Este é sim o Brasil que merecemos.
Oposição equivocada
Se a maioria dos vereadores lesse mais e entendesse o seu papel com certeza não se cometeria tanta besteira no exercício do mandato e os plenários não seriam transformados em verdadeiros circos.
Esta semana aconteceu um episódio que caberia na crônica de Sergio Porto (Stanislaw Ponte Preta) e seu famoso “Febeapá” (festival de besteiras que assola o país) e o palco foi a Câmara de Vereadores de Arapiraca.
Talvez assustada com a ascendência da violência na cidade a vereadora Aurélia Fernandes, até pouco tempo aliada de Célia Rocha e provável candidata a “roubar-lhe o trono” fez críticas duras e ainda aprovou um requerimento de sua autoria responsabilizando a prefeita pela falta de segurança. Será que dá para alguém explicar à vereadora e seus pares que Segurança Pública é papel exclusivo do Estado? Criticar por criticar não vale.
O melhor entre todos
Mesmo enfrentando momentos de crise, tomando medidas impopulares ( como o aumento de tributos) e apertando o cinto o governador Renan Filho tem conseguido alcançar índices de visibilidade muito positivos não apenas internamente, mas também a nível nacional. É citado na grande imprensa como o gestor público estadual com maior credibilidade e sua aprovação pelos alagoanos alcançou os 67,5 pontos na avaliação “ótimo e bom”.
De olho nas eleições municipais do próximo ano o governador planeja obter uma marcante vitória para seus candidatos já vislumbrando a chegada de 2018. Tem escola e sabe o caminho das pedras.
Fim do prêmio José Aprígio
A diretoria do Instituto Cidadão aprovou resolução extinguindo um dos mais cobiçados prêmios dos gestores alagoanos. O “Prêmio José Aprígio Vilela” foi criado em 2006, no governo Ronaldo Lessa de quem recebeu apoio. Nos anos seguintes contou com o apoio do empresariado local, mas sua realização ficou comprometida à medida que o apoio foi diminuindo. Para a diretoria da instituição promotora do evento a falta de apoio foi o principal motivo do encerramento do prêmio:
“O evento era bastante dispendioso, até porque sempre foi vedado aos agraciados qualquer ajuda à realização. Os patrocinadores minguaram e até a própria família do homenageado nunca prestigiou a realização. O prêmio José Aprígio Vilela terá uma bonita história para contar, mas fica impedido de continuar” – disse a diretoria em nota.
Devolveu é dele
Em claro sinal de revanchismo o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu ao Supremo Tribunal Federal que os veículos de luxo do ex-presidente e senador Fernando Collor apreendidos na Operação Lava Jato sejam vendidos. Para o procurador-geral, há fortes indícios de que os carros tenham sido comprados para lavar dinheiro desviado da Petrobras por meio de pagamento de propina em troca de contratos.
Caberá ao relator do inquérito de Collor no Supremo, ministro Teori Zavascki, acolher ou não o pedido de Janot. Na semana passada, Teori determinou a devolução dos veículos de Collor. Se o ministro mandou devolver como vai pedir de volta?
Almeida se diz perseguido
O deputado Cicero Almeida “chora as pitangas” e diz que está sendo perseguido e injustiçado com relação a ação do PRTB em cassar o seu mandato. Culpa o presidente estadual do partido, Adeilson Bezerra, como o maior responsável pela “perseguição implacável” e o aponta como envolvido em alguns processos na Justiça. E vai além em suas lamentações: “ Se eu perder o mandato está provado que não existe justiça nesse país”.
Não há do que chorar meu caro deputado. Na questão agora quem manda é a lei. O seu processo terá como relatora a zelosa e exigente ministra Luciana Christina Guimarães Lóssio e será julgado no plenário do TSE. Sem perseguição, sem interesses ou subterfúgios. Se o seu mandato tiver que ser cassado será. Do contrário perderão os seus acusadores. Assim é a justiça.
A cultura agradece
Uma das mais acertadas escolhas do governo foi o nome da professora Sheila Maluf para a presidência da Diretoria de Teatros de Alagoas. Com uma profunda bagagem cultural e reconhecida capacidade de fazer acontecer tem operado transformações muito positivas em uma agenda super dinâmica em todas as unidades do complexo de teatros. Destaque especial para dois programas que vem chamando a atenção de numeroso público: “Quartas Eruditas” e “Clube do Jazz”. Ambos têm reunido pessoas de todas as idades e mostrado que se pode fazer trabalho de qualidade, com alto nível cultural, cobrindo uma antes lamentável lacuna. De repente você entra em uma sala no teatro Deodoro e se depara com nada menos que Vivaldi, Pietro Mascagni e Mozart, além do brasileiro Carlos Gomes. O público tem se encantado e a cultura alagoana agradece.
Combatendo a corrupção
Acontece nesta sexta feira a oficina "Atuação Conjunta do Ministério Público e Controladoria Geral da União no combate à corrupção e Técnicas de detecção e prevenção de fraudes: estudo de casos", que está sendo promovida pelo Ministério Público Estadual, juntamente com a Associação do Ministério Público de Alagoas ( AMPAL). "O tema é de extrema importância para os que integram o Ministério Público, pois diariamente lutam para combater esse mal danoso, essa erva daninha da nossa sociedade que se chama: corrupção" destacou o presidente da AMPAL, procurador Eduardo Tavares.
Serão palestrantes da oficina, o promotor de Justiça de Paraíba, Rafael Lima Linhares, que integra o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco); o analista financeiro, que é chefe da Controladoria Geral da União em Alagoas(CGU), José William Gomes e, o Coordenador do Núcleo de Ações Especiais da CGU-AL, Francisco César Nascimento Belarmino.