“Aqui tudo parado”
O governador Renan Filho escalou um time aparentemente competente para o primeiro escalão de sua administração. Os cargos técnicos (mais uma vez aparentemente) foram preenchidos com critérios de livre escolha do governador e, salvo raras exceções, aprovados pelos segmentos da sociedade. Hoje são passados apenas 23 dias do governo Renan Filho e nenhum exercício de futurologia poderá desvendar o que acontecerá mais para frente. Fez-se sentir o impacto de medidas emblemáticas nos primeiros dias a exemplo da volta os quartéis e às ruas de centenas de policiais militares que absurdamente estavam aboletados em gabinetes dos diversos poderes, muitas vezes servindo de office-boys de luxo, desviados de suas funções e desservindo à sociedade. Reduziu o número de secretarias e promete enxugar drasticamente o quadro de cargos em comissão que amparam muitos afilhados de políticos viciados na repugnante fisiologia do empreguismo sem trabalho, sem expediente, sem dar nada em troca de uma remuneração paga com o dinheiro do povo. Ainda neste começo de governo há uma expectativa de avanços nos quesitos moralidade e legalidade. Mas isto também é coisa que não dá para avaliar agora. Deixa o tempo passar. Uma coisa pode se assegurar: Renan Filho não cedeu a pressões que pudessem significar qualquer risco para sua meta de fazer o governo que prometeu em campanha e que muitos têm gravadas na mente e nos arquivos digitais. Nesta campanha fiz questão de gravar as promessas de todos os candidatos. Após o pleito apaguei as demais e deixei apenas as do vencedor. Vou precisar no futuro. Uma coisa, no entanto, tem me deixado curioso e até preocupado. De qual tamanho quer Renan o seu governo? Quando a “máquina” enxuta, azeitada e ajustada vai começar a funcionar? Esta semana, depois dos vinte dias da posse, fiz contatos com pelos menos três órgãos importantes da administração e perguntei a pessoas conhecidas: como andam as coisas ai? A resposta foi uma só: “TUDO PARADO”. E assim está em praticamente todas as repartições. Pessoas trabalhando sem nomeação (consequentemente sem remuneração), cargos técnicos sem ocupação, processos emperrados aos montes, projetos importantes esperando quem os faça andar e pior: um clima de medo, intranquilidade e inquietação dos que não sabem o que lhe acontecerá. Nem mesmo as “funções gratificadas” ocupadas unicamente por servidores efetivos como as chefias foram definidas ou designadas. Começa a surgir certo desconforto entre várias categorias de servidores, os mesmos que ouviram do então candidato que “iria valorizar e prestigiar o funcionalismo”. O que está havendo? Por que essa letargia nas engrenagens do Palácio do Governo onde são gerados os atos oficiais necessários para que a administração funcione? É muito danoso o “inchaço” de cargos desnecessários e se faz mais do que justo o enxugamento para se adequar a uma nova e salutar realidade, porém é preciso entender que o governo não é um “armazém de secos e molhados” e o estado não pode parar. Sob o risco de não se recuperar mais o tempo perdido. Fica aqui o conselho que os “sábios” certamente vão ignorar.
Chegou 2016 Como sempre e erradamente aqui é assim: a próxima eleição começa ao encerrar a contagem dos votos da anterior. Os eleitos para o Senado, Câmara dos Deputados e Assembleia nem tomaram posse e já começa a especulação para a disputa de 2016. Esta semana numa roda de jornalistas surgiu a primeira lista de candidatos à Prefeitura de Maceió: Ronaldo Lessa e Cicero Almeida foram os mais pontuados. Um desses nomes seria “ungido” pelo beneplácito do senador Renan Calheiros e o governador Renan Filho. Ambos com chances de derrotar o prefeito Rui Palmeira que não tem conseguido deslanchar sua administração, principalmente nos setores saúde e educação, prometidos em campanha.
E eles ainda reclamam Os aumentos de tributos anunciados esta semana e o veto da correção da tabela do Imposto de Renda renderão R$ 1,147 bilhão a mais para os municípios em 2015. A estimativa é da Confederação Nacional de Municípios (CNM), que avaliou o impacto das medidas tributárias nas finanças das prefeituras. A análise levou em conta apenas os tributos arrecadados pela União, mas partilhados com estados e municípios. Enquadram-se nessa situação o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), a Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) e o Imposto de Renda (IR). Segundo o levantamento, os municípios devem receber R$ 478,5 milhões da Cide sobre os combustíveis e R$ 163 milhões da extensão da cobrança do IPI dos cosméticos aos atacadistas. Em relação ao IR, o incremento na receita das prefeituras deve totalizar R$ 506,1 milhões. E eles ainda reclamam.
Gente grande no pedaço Tremem os corredores do Congresso Nacional, assombrados estão os palácios de Brasília. Ao homologar o acordo de delação premiada de Alberto Youssef, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki, revela que há fortes indícios de gente muito grande envolvida na lama da Petrobrás. "Dos documentos juntados com o pedido é possível constatar que, efetivamente, há elementos indicativos, a partir dos termos do depoimento, de possível envolvimento de várias autoridades detentoras de prerrogativa de foro perante tribunais superiores, inclusive de parlamentares federais, o que atrai a competência do Supremo Tribunal Federal".
Velhos vícios, novas ações O diligente procurador geral de Justiça, Sérgio Jucá, foi enfático ao afirmar em entrevista a imprensa mais uma vez fazendo sérias criticas à suspeita postura de membros da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa na gestão do deputado Fernando Toledo. Falou sobre as várias ações já apresentadas pelo Ministério Público e outras que estão sendo elaboradas para chegar à Justiça que terá o papel de punir os responsáveis pela irresponsabilidade com o dinheiro público. Mais uma vez o procurador não mediu palavras para lamentar os atos ilícitos praticados com o dinheiro público. “Falo com pesar da situação da ALE, mas atos ilícitos tem que ser combatidos. Vamos continuar investigando essas mazelas e daremos satisfação ao povo alagoano”, disse Sérgio Jucá.
Mostrando a podridão O deputado Antônio Albuquerque convocou a imprensa para mostrar a cara suja da Assembleia Legislativa que encontrou ao assumir a presidência até o final do mandato da atual Mesa Diretora. Casos escabrosos de funcionários “fantasmas”, a suspeição sobre salários astronômicos para servidores e funções incompatíveis com o nível financeiro. Ao seu estilo usou de sinceridade com os servidores e disse que não tinha como resolver a vergonhosa pendencia herdade de seu antecessor. Com uma canetada de respeito e coragem demitiu uma leva considerável de cargos comissionados que ganhavam sem trabalhar e outros tantos que não se sabe nem se existem. E na sua entrevista desabafou: “Para nossa surpresa, descobrimos que apenas uma pessoa lotada em um cargo de serviços gerais, onde os salários variam entre R$ 900 e R$ 1.500, recebeu o pagamento em dezembro”, exemplificou, chamando a atenção para o “detalhe” principal: a felizarda recebe do Poder Legislativo R$ 16 mil por mês”. Uma felizarda abonada..
A barbárie chegou aos animais Não bastasse o terror da violência urbana que nos tem deixado reféns do crime, do tráfico e dos assaltos, colocando-nos como um dos estados mais violentos do país, surge uma nova onda criminosa e hedionda para nos expor ainda mais na mídia negativa nacional. Ao ponto de um colega me ligar de Brasília e perguntar: “Cansaram de matar gente por ai e resolveram partir para os animais”? Há poucos dias um criminoso ainda não identificado matou impiedosamente 11 cães envenenados no Núcleo de Educação Ambiental (Neafa), fato que chocou a sociedade alagoana pela barbárie sem precedentes. Outro registro macabro e cruel foi o envenenamento de sete cavalos em uma chácara em Maceió, causando indignação e revolta. Na rota da violência contra animais um policial atirou na boca de um cão em plena via pública aqui também na capital. Para apurar os crimes foi designado o delegado especial Gustavo Pires, profissional respeitado e zeloso de suas funções na Policia Civil. A ele é dada uma tarefa de peso, mas que precisa ser respondida o mais rápido possível à sociedade que cobra e exige justiça para aqueles que praticam crimes contra seres indefesos.
Para refletir: “Não estou contra ninguém, mas não posso compactuar com a negligência da administração pública em relação à saúde municipal” (Vereadora Aurélia Fernandes (PMBD) sobre a administração Célia Rocha em Arapiraca)