Brasil: aqui o crime compensa
Um país indignado e que já não mais acredita em nenhuma de suas instituições se vê diante da constatação, antes inimaginável, de que o aqui o crime compensa. E como compensa! Temos assistido a vários episódios de verdadeiros assaltos aos cofres públicos com a participação de políticos e graduados agentes da administração levando pelo ralo da corrupção bilhões e bilhões do dinheiro que falta para construir escolas, hospitais e diminuir o alto índice de miséria que atinge milhões de irmãos brasileiros. Há de se perguntar: quantas mortes não teria causado essa onda desenfreada de roubo ao erário que se apresenta como um crime hediondo diante do olhar passivo e até condescendente de cidadãos brasileiros? O povo está morrendo na porta de hospitais públicos por falta de leito e condições de atendimento, nossa educação é uma das piores do mundo, estamos reféns em nossas próprias casas pela insegurança das ruas. E o que acontece com aqueles que roubam descaradamente o dinheiro público, estão milionários e imunes a qualquer tipo de repressão? Hoje creio que não há um só brasileiro ou brasileira que não tenha a convicção de que pelo menos a maior parte dos governantes, nos três poderes, é constituída de privilegiados e descarados larápios, no sentido mais lato que o termo possa ter. Já nos acostumamos, faz parte do nosso dia a dia, ninguém se espanta mais com nada, qualquer mirabolância delinquente pode ser verdade. E também já nos acostumamos a que não aconteça nada aos gatunos. Não só permanecem soltos, como devem continuar ricos com o dinheiro furtado, porque não há muita notícia de devoluções .Ou seja,, a verdade é que no Brasil o crime compensa. Presumo que até os assaltantes pés de chinelo tenham pelo menos a vaga percepção de que todos os poderosos roubam e, portanto, fica mais uma vez comprovado que quem não rouba é otário. Estamos a assistir no país um “circo de horrores” com o descrédito da população nas instituições que deveriam defendê-la. Frustra-se o Brasil que vibrou com a condenação de criminosos que participaram do “Mensalão” roubando milhões e hoje quase todos desfrutando de confortáveis “prisões domiciliares” , rindo da cara do brasileiro, e fazendo as contas da dinheirama guardada em paraísos fiscais ou empregada em nome de “laranjas”. Enquanto o povo é enganado com humilhantes migalhas, a exemplo do famigerado “Bolsa Família” que irresponsável e criminosamente deu a reeleição à presidente, políticos graduados, ministros, magistrados e outras tantas categorias de privilegiados vão continuar roubando, na certeza do manto da impunidade que os absolve de todos os males. Como podemos crer no futuro de um país no qual o próprio presidente da Corte Suprema de justiça afirma que “o Poder Judiciário é um dos principais responsáveis pela corrupção”. Por tudo isto é lamentável se constatar, mas no Brasil o crime compensa.
A confissão das empresas Pressionadas pelo volume de provas e pelo alto risco de condenação, pelo menos duas grandes empreiteiras que têm contratos com o governo estão negociando com o Ministério Público Federal um acordo de leniência para confessar participação em desvios de dinheiro da Petrobras e, a partir daí, obter redução de penas em processos criminais numa espécie de delação premiada. A informação foi revelada pelo jornal O Globo. Se concretizado, o acordo pode ajudar o MPF e a Polícia Federal a desvendarem toda a estrutura da corrupção em torno de contratos e obras da Petrobras que já vem sendo denunciada por Paulo Roberto Costa, ex-diretor da estatal, e por ex-auxiliares do doleiro Alberto Youssef.
Um país sem grandes obras A iniciativa de propor o acordo de leniência partiu das próprias empreiteiras. Representantes de pelo menos duas delas fizeram contatos com integrantes da força-tarefa encarregada das investigações da Operação Lava Jato, oferecendo-se para uma possível delação. Os procuradores gostaram da ideia, mas advertiram que as empresas precisarão de fato colaborar com as investigações se quiserem se livrar de parte de futuras punições. As duas empreiteiras interessadas no acordo de leniência estariam entre as sete maiores do país. Representantes dessas construtoras procuraram o Ministério Público porque sabem que têm poucas chances de escapar de pesadas condenações. Um detalhe: caso todas as empresas envolvidas sejam condenadas, ficarão por vários anos impedidas de contratar com o poder público em qualquer esfera (federal, estadual e municipal) o que significa que o Brasil ficará impossibilitado de construir grandes obras. E ai vai parar o país?
Quando mentimos nos igualamos As redes sociais ultimamente, desde o período eleitoral, têm se prestado mais a instrumento de fofocas e boatos do que a qualquer outra utilidade de caráter positivo e que venha a colaborar com o enriquecimento de informações de troca de ideias. É deplorável a quantidade de mentiras fabricadas por todos os lados com postagens falsas, montagens fotográficas e noticias sem o menor fundamento que se transformam em verdades para milhões de usuários desses instrumentos virtuais. Esta semana me deparei com uma noticia inconcebível para quem tem o mínimo de senso crítico, mas aceitável para um bando de idiotas analfabetos políticos que não só creem como difundem e “compartilham” tamanha aberração. Dizia a noticia que “Fidel Castro estaria recebendo uma pensão de 50 mil reais da Previdência Social brasileira’”. Após desmentir e provar a farsa ainda encontrei algumas pessoas que disseram “guerra é guerra, se eles mentem a gente também pode mentir”. Para mim isto é muito pior. A democracia e a responsabilidade social exigem muito mais e principalmente a verdade. Se começarmos também a mentir como os petistas certamente nos igualaremos a eles e isto é abominável.
Equipe quase pronta Fonte ultra confiável e intima do poder me revelava esta semana que a equipe do futuro governador, Renan Filho, está praticamente concluída principalmente nos pontos chaves e no núcleo palaciano. Os cargos “inegociáveis” alguns já estão preenchidos outros em fase adiantada de “sondagem”. Nada, no entanto, será revelado antes do tempo e da hora estabelecidos pelo chefe. O time em escalação mescla entre o político e o técnico, como é natural, mas Renan não abre mão de escolhas diretamente suas na busca de cumprir promessas de campanha e fazer um governo para melhorar Alagoas. O jovem futuro governador sabe o que quer e como chegar lá.
A caminho da cassação A CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara negou esta semana o recurso do deputado André Vargas (sem partido-PR) para evitar a cassação de seu mandato por quebra de decoro parlamentar. A cassação agora será enviada para votação dos parlamentares em plenário, mas isso ainda não tem data para ocorrer. O Conselho de Ética da Câmara recomendou em agosto a cassação do mandato de Vargas por quebra de decoro parlamentar por unanimidade entre os membros. O ex-petista é suspeito de envolvimento como doleiro Alberto Youssef. O doleiro está preso desde março com a deflagração da operação Lava Jato da Polícia Federal que investigou um esquema milionário de lavagem de dinheiro.
Amanhã é outro dia Alguns apressadinhos têm tentado provocar alguma declaração do ex-governador Ronaldo Lessa com relação a sua participação nas eleições de 2016. Eleito com expressiva votação para a Câmara Federal Lessa quer ter um desempenho positivo em seu mandato e tem tudo para acontecer. Não lhe faltam competência, habilidade e conhece o “caminho das pedras”. Aos interlocutores que insistem, tem dito que quer se dedicar em tempo integral ao mandato que os alagoanos lhe concederam. Amanhã será outro dia.
Respondendo com a Lei O presidente do Senado, Renan Calheiros, divulgou carta que enviou ao jornal O Estado de S. Paulo em que reitera a legalidade de fatos relatados em matéria publicada sob o título "Empresa suspeita doou para PMDB de Renan". Renan esclarece na carta que a empresa mencionada venceu processo licitatório legalmente constituído e uma auditoria do TCU não detectou nenhuma irregularidade e ainda que a empresa também fez várias doações eleitorais. Tudo como manda a Lei. Respondeu o que tinha que responder e muitos podem nem gostar, mas é assim que diz a Lei.
Para refletir: “Ou restaure-se a moralidade ou locupletemo-nos todos”. (Stanislaw Ponte Preta)