Cumpriu-se o previsto: nada de anular eleições

12/11/2014 19h07

dilma_rouseff

Como havia previsto aqui neste espaço foi um ato de burrice do PSDB pedir auditoria nas urnas após a derrota de Aécio para Dilma Rousseff. Coisa de derrotados. Esta semana depois das declarações desastrosas do ministro Gilmar Mendes de que a Corte Suprema (STF) poderia adotar posturas “bolivarianas” com seu plenário composto na maioria por ministros nomeados pelo governo petista, fiquei a imaginar que qualquer decisão a partir de então estaria sob suspeição. Mas pelo menos nesta decisão acertada até o próprio ministro “delator” votou pela negação ao despropositado pedido. O Tribunal Superior Eleitoral, no entanto, liberou o fornecimento de dados e acesso a programas e arquivos eletrônicos usados no processo. Com as informações em mãos, o PSDB poderá fazer sua própria auditoria ou mesmo contratar uma verificação independente. Não vai chegar a absolutamente nada. Perdeu a eleição porque não teve competência para ganhar e pronto! Na eleição, a presidente Dilma Rousseff (PT) foi reeleita com 51,64% dos votos contra 48,36% de Aécio Neves . O PSDB argumentou que suspeitas de fraude nas redes sociais justificam o pedido de auditoria. Em seu pedido, o partido sugeria a criação de um grupo de especialistas indicados pelos partidos. Relator do pedido, o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli ( o petista), argumentou, no entanto, que não era possível obrigar as demais siglas a participar de uma comissão a partir do pedido de umas delas. Mesmo assim, votou pela disponibilização das informações requeridas para o PSDB, mas reiterou que os dados já estavam disponíveis a partidos, Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil. O voto de Toffoli foi seguido pelos ministros Gilmar Mendes, Rosa Weber, Napoleão Nunes Maia Filho, Henrique Neves e Luciana Lóssio. Na verdade o PSDB fez uma grande besteira ao tentar irresponsável a eleição para um “terceiro turno”, improvável, inconcebível, inaceitável. Perdeu a eleição? Vai tratar de ser oposição competente, reunir os partidos contrários ao governo e os descontentes com essa porcaria que está ai e se preparar para uma futura vitória se tiver competência em 2018. Agora “fica Dilma”, até que por sua culpa seja expurgada legitimamente ou termine seu mandato que se prenuncia tumultuado a catastrófico.

Patrulhamento ideológico burro Ex-coordenador digital da campanha de Aécio Neves, ex-deputado Xico Graziano classificou como “absurdas” e “antidemocráticas” as manifestações recentes que pediam o impeachment da presidente Dilma Rousseff e a volta dos militares ao poder. Após fazer a crítica em seu perfil no Facebook, Graziano foi hostilizado por internautas que o chamaram de “petralha”, “petista infiltrado”, “comunista” e “esquerdopata”. Em resposta, o tucano escreveu um texto em que diz que é “absurdo” militantes da direita exigirem do Partido da Social Democracia Brasileira que encampe sua ideologia. “Quem concordar com as teses dessa turma aguerrida que vê o comunismo chegando, é contra os benefícios sociais, sonha com a ordem militar, por favor, deixem o PSDB. Vocês é que estão no lugar errado, não eu!”, desabafou Graziano, que foi chefe de gabinete do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A grande verdade, que parece muitos desconhecerem, o PSDB, nasceu inspirado na socialdemocracia europeia, com viés da esquerda. Sua origem reside no MDB autêntico, que foi decisivo na derrubada da ditadura militar. Foi no governo de Fernando Henrique Cardoso que foram criadas as bases socioeconômicas do Brasil atual, inclusive as políticas de transferência de renda e as cotas que o PT diz ter feito e Lula se diz “pai”.

As boas relações da transição Nunca em tempo algum um processo de transição de governo aconteceu em clima de tamanha cordialidade e responsabilidade republicana, mesmo se tratando de dois grupos que se enfrentaram nas eleições. O governador Teotônio Vilela preparou a casa e escalou uma equipe com seus melhores “craques” com Álvaro Machado (Gabinete Civil) no comando por parte do governo. O governador eleito, receptivo ao novo método de se fazer política, também colocou em sua lista de “negociadores”, técnicos da mais alta competência, liderados pela reconhecida inteligência do seu vice governador Luciano Barbosa. Se disputaram uma eleição não importa, Teotônio Vilela e Renan Filho colocaram equipes em campo , ambas buscando os melhores caminhos para Alagoas. É assim que se faz. Os alagoanos agradecem e se surpreendem com algo nunca visto.

Fantasmas de Dilma O líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse que estão avançadas as negociações para a formação de um bloco partidário para apoiar sua candidatura à Presidência da Casa. Assunto do qual a presidente Dilma detesta falar e muito menos admitir. Eleito pela primeira vez como líder do PMDB em 2013, Cunha foi reconduzido ao cargo na última semana e tem o apoio da bancada peemedebista para ocupar a Presidência da Câmara. Como líder, capitaneou movimentos que implicaram derrotas ao governo federal, como na votação da chamada MP dos Portos e na aprovação do marco civil da internet.

Fantasmas de Dilma II Segundo Eduardo Cunha, o partido também quer discutir a pauta da próxima semana e fechar posição sobre cada proposta. Em relação à chamada PEC do Orçamento Impositivo (Proposta de Emenda à Constituição 358/13, do Senado), o líder do PMDB afirmou que a bancada está dividida, principalmente quanto à parte que define os percentuais mínimos de gastos da União com saúde. Mas não há dúvida de que se aprovado o Orçamento Impositivo vai trazer muita dor de cabeça para dona Dilma.

Fantasmas de Dilma III Já sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 426/14, que aumenta os repasses para o Fundo de Participação dos Municípios (FPM), Cunha disse que o PMDB vai apoiar o texto que veio do Senado. “Vamos manter o texto, até porque o relator é do PMDB e esclareceu que a própria frente de prefeitos pediu para aprová-lo. Então, não tem sentido deliberar diferente”, completou. O texto tem o integral apoio do senador Renan Calheiros , presidente do Senado e de ampla maioria da Casa. Estes são apenas os “fantasmas” com os quais a presidente vai ter que conviver e se preciso “engolir”.

Pensam que podem tudo A Assembleia Legislativa aprovou por unanimidade esta semana pareceres conclusivos da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar ( sic) que sustariam a tramitação dos processos penais contra os deputados Dudu Holanda (PSD) e Marcelo Victor (PROS). Claro que se fosse alguma votação de interesse público jamais o quórum jamais teria sido alcançado. O deputado Dudu Holanda é réu em processo que está em tramitação no plenário do Tribunal de Justiça, por ter mordido a a orelha do ex-vereador Corintho Campello em 2009. Já o deputado Marcelo Victor, denunciado pelo Ministério Público, responde por porte ilegal de arma de fogo. Tudo isto representa uma afronta à sociedade e confronta a condição institucional do Poder Judiciário, que não deve se submeter aos absurdos fisiológicos de uma Casa que não merece nenhum respeito por sua história de pecados.

Dilma sem Trabuco O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, recusou convite da presidenta Dilma Rousseff para comandar o ministério da Fazenda a partir de 1º de janeiro de 2015. Um dos nomes mais cotados para substituir o ministro Guido Mantega, cuja saída foi anunciada por Dilma durante a disputa presidencial, Trabuco era também uma das preferências do ex-presidente Lula. Com a negativa, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles vira um dos favoritos Um executivo próximo a Trabuco disse não fazer sentido a ida dele para a Fazenda, um posto com subordinação direta à Presidência da República, devido ao seu perfil “muito propositivo”. “Quem conhece Trabuco sabe também que ele não tem esse perfil [para o ministério]”, disse o interlocutor, para quem o presidente do Bradesco não faria exigência a Dilma para chefiar a Fazenda. “Até por essa característica pessoal, não faria sentido ele deixar o comando do Bradesco para assumir uma função no governo”. Na verdade mesmo o presidente do Bradesco sabe a grande furada que lhe esperaria na gestão que se inicia em janeiro com gravíssimos “pepinos” em tempo de explodir.

Pedem sem saber Aos que vão às ruas protestar e pedem a saída de Dilma e a volta dos militares um conselho: Dilma não é Fernando Collor e tem a maioria do Congresso ao seu lado. O Supremo Tribunal Federal, conforme disse um de seus ministros, tem tendência “bolivariana” e quando aos militares o lugar adequado são apenas os quartéis. Só quem passou por um regime repressivo, torturador e corrupto pode fazer essa avaliação. Os mais jovens devem ler essa história de desonra para o Brasil e avaliar quantos brasileiros foram torturados e mortos por uma ditadura militar, perversa e criminosa. Mil vezes Dilma, com todo o PT e sua corrupção.

Para refletir:. “Acho que todo mundo pode cometer corrupção. Corruptos há em todos os lugares” ( Frase da presidente Dilma Rousseff, muito bem apropriada para o momento e para seus aliados).