Renan quer uma Alagoas melhor
Lia um comentário ainda hoje no qual o autor, um respeitado colega, dizia que: “o primeiro desafio de Renan Filho é ser ele próprio no governo”. Não concordo com essa afirmativa. O primeiro desafio do governador eleito ao assumir na verdade “são muitos”. Renan Filho durante toda campanha mostrou maturidade suficiente para não decepcionar os 670.310 votos que o levaram à vitória. Bem articulado, com propostas buscadas nos vários segmentos da sociedade em todo o estado construiu uma campanha vitoriosa, com competência e obstinação. Em seu primeiro mandato como deputado federal soube desempenhar o papel que não só o tornou visível, como possibilitou se destacar entre os demais. Quem conversou com ele e eu o fiz por algumas vezes durante a campanha, sabe de seus objetivos sólidos de tornar Alagoas melhor e fazer um governo de resultados. Sabe onde estão os mais graves problemas a ser enfrentados e pelo que me consta tem mecanismos para buscar soluções. Encontrou no pai o grande arquiteto para viabilizar sua candidatura e costurar alianças sólidas, mas a seu modo construiu vida própria em sua caminhada vitoriosa. Ao contrário de alguns que após eleitos se julgam os mais sábios ( ou o único sábio) precisa sim, ouvir a experiência não apenas do pai, mas de quantos possam colaborar para o êxito de suas ações. Com isto não perderá sua identidade nem precisará provar que “ é ele próprio governando”. Pelo que pude entender de Renan Filho, ele está com uma determinação: construir um governo para fazer uma Alagoas melhor. E é isto que todos nos , seus eleitores, ou não queremos e esperamos
O descrédito das pesquisas fajutas Uma análise do jornalista Carlos Chagas, na Tribuna On line nos dá uma visão do mundo podre e sem confiabilidade das pesquisas eleitorais que deveriam ser proibidas. ”Por incompetência ou má fé, os institutos de pesquisa deveriam ser banidos ou punidos, mas perderam toda sua credibilidade, apesar de haverem, na última semana e ontem, tentado ajeitar seus números fajutos anteriores. Admitir que tenham vendido seus números, seria a conclusão lógica, ainda que por falta de provas fique difícil a afirmação. A desmoralização, porém, é óbvia. Tome-se, para começar, o Rio Grande do Sul. Passaram meses dando Ana Amélia como futura governadora. Pois o governador Tarso Genro chegou em primeiro lugar e Ivo Sartori em segundo. O eleitorado gaúcho seria tão volúvel assim, a ponto de mudar de opinião em poucos dias? Em Pernambuco, passaram a apregoar a vitória de Armando Monteiro durante montes de boletins, mas será que Paulo Câmara já não era uma opção da maioria do eleitorado? Na Bahia, Paulo Souto parecia imbatível, quebrou a cara, os institutos sequer situavam Rui Costa. No Rio, Garotinho ocupou a pole-position fictícia sem que os encarregados da aferição popular ligassem para Luís Fernando Pezão. No final, deu no que deu. Multipliquem-se os erros por outros estados, ainda que o artifício da “boca de urna” tenha servido para disfarçar malfeitos e até faturamentos. Nem se fala das eleições para senador, apesar da farsa do que se ouviu esta semana, de “com a margem de erro” tudo pode acontecer. Até diferenças de 3 ou 4 % de duvidas, “para cima ou para baixo”, com o ridículo de acrescentarem ser o “nível de confiança de 95%”… Existem países, como a França, onde as pesquisas são proibidas, mas proibidos, mesmo, deveriam ser os elogios dos meios de comunicação aos erros dos institutos, mesmo diante de falhas tão gritantes. É a evidência de um execrável conluio. No fundo, tudo se resume a um embuste. Vem aí o segundo turno. A lambança deverá repetir-se, num escândalo tão grande quanto o do mensalão ou o da Petrobrás. Dinheiro voltará a correr entre institutos e candidatos, felizmente superados pelo eleitorado, responsável pela única pesquisa confiável, a própria eleição. Mesmo assim, as próximas eleições vem aí, daqui a dois anos, e as quadrilhas já estão preparadas para novas investida.
A dignidade que Alagoas rejeitou Ontem após os resultados oficiais uma pessoa me ligou para comentar sobre a eleição em Alagoas. Uma ligação de São Paulo de um amigo e colega de profissão. Ao atender ele foi logo dizendo: “Que vergonha para Alagoas, mais uma vez mostra que não sabe votar”. Fiquei calado por alguns segundos sem ter o que lhe responder, mas em seguida disse: - e vocês que elegem Tiririca. E ele retrucou: ”Mas amigo estou falando do simbolismo. Heloisa Helena seria eleita senadora em qualquer estado do país”. Calei-me de vez e engoli tudo o que poderia dizer. O colega estava coberto de razão. Mas Alagoas não entendeu assim e optou por não eleger Heloisa Helena. Acompanhei toda a sua luta honrada em uma campanha paupérrima, sem estrutura, sem tempo no horário eleitoral, sem dinheiro e sem “currais”. Foi uma luta de “David contra Golias”. Teve pela frente um adversário poderoso, com uma campanha milionária, marqueteiros contratados a peso de ouro para mentir e caluniar, com uma força de comunicação poderosa e outra parte “alugada”. E não bastou: ainda tiveram os “laranjas” pagos para desconstruir a candidatura da nossa guerreira. Assisti momentos de quase desespero quando muitas pessoas iam à procura de material de propaganda espontaneamente, querendo adesivos, panfletos, santinhos e não podiam levar, pois faltava dinheiro para confeccionar. Era uma correria de juntar amigos para se cotizar e conseguir pagar uma gráfica e produzir um pouco de material de campanha. Mais “sugada” que ajudada pelo seu insignificante partido, sobreviveu graças à sua garra e sua obstinação de servir ao seu povo. Teve o reconhecimento nas urnas de 394.309 eleitores conscientes e que viram nela a possibilidade do resgate moral de uma cadeira no Senado Federal. Diante das circunstâncias saiu-se vitoriosa. Confrontando as adversidades sua luta foi recompensada. Agora é esperar que a história do futuro nos conte o resultado da escolha equivocada que esqueceu os erros do passado e abdicou da certeza de um mandato honrado. O Brasil que nos ridicularize. Merecemos!
Cada um em seu lugar Lugar de liderança sindical é tomando conta de seu sindicato, de dirigente de entidade de assistência é cuidando de seus “assistidos”, lugar de radialista é usando o microfone para servir aos ouvintes e jornalista escrevendo com ética e compromisso com a verdade. Mas aqui é assim: o sujeito teve um mandato sindical, apresenta um programa de televisão ou faz palhaçadas e acha que é “popular” o suficiente para disputar uma eleição. De vez em quando o povo vai na onda e os elege, mas não é sempre. Uma prova está nos votos que acabaram de ser contatos. Sindicalistas, “assistentes sociais” e “comunicólogos”, não obtiveram votos suficientes para uma sonhada vitória. Bem feito, pois cada um deve procurar o seu lugar.
E ninguém puxou ninguém Muito se falou durante a campanha de que os dois grandes puxadores de votos para a Câmara dos Deputados seriam Ronaldo Lessa e Cicero Almeida. Cada um arrastaria mais alguns com suas estupendas votações. Ao abrir das urnas um balde de agua fria e a grande decepção. Ronaldo Lessa até que foi bem votado com 88.125 (quinto colocado) e o ex-prefeito Cicero Almeida com 64.435 votos (oitavo colocado), ficou perto de perder a eleição para o neófito Val Amélio, mas ninguém puxou ninguém e se houve um campeão nessa história eleitoral foi o deputado JHC surpreendendo com a maior votação e levando a taça de primeiro colocado com 135.929 votos.
O campeão Rodrigo Cunha A maioria apostava em sua vitória e alguns “analistas” nem o colocavam entre os eleitos, mas sempre com a possibilidade de entrar “apertado” na disputa para a Assembleia Legislativa. Mas o jovem Rodrigo Cunha também surpreendeu com uma inesperada maior votação entre todos os concorrentes. Chega a uma consagrada vitória carregado de 60.759, desbancando velhas raposas, oligarquias poderosas e muito dinheiro de votos comprados. Fez uma campanha inteligente calcada em uma vida pública ética e eficiente, a herança honrada da história de sua mãe , a grande líder Ceci Cunha e voluntários que “vestiram sua camisa” e foram à luta. É preparado e tem tudo para desempenhar um mandato eficiente.
Uma perda lamentável É petista e isto já era um bom motivo para eu ser contra ele, mas votei com ele em praticamente todas as eleições que disputou. Para mim o voto mais honrado na Assembleia Legislativa. Um parlamentar atuante, um cidadão ético e comprometido com o interesse. Por ter essas qualidades Judson Cabral sempre foi execrado dentro do seu próprio partido.
Ele sabe o que quer Ninguém imagine que o governador Teotônio Vilela saiu derrotado nestas eleições. Fez o que quis e como quis. Nada saiu diferente do que ele imaginou e calculou milimetricamente como um dos maiores estrategistas da política que conheço. Para onde vai? Com quem vai ou como vai? Só ele sabe. De uma certeza em tenho certeza não irá a pé, tampouco desacompanhado. No máximo dará um “mergulho”, desfrutará do “ócio programado” e mais a frente emergirá. Tolo aquele que pensar que Vilela “pendurou as chuteiras”. Vamos dar um tempo e conferir essa história, que nem sonha em terminar.