O calvário de Dilma
Dilma se disse muito triste com a derrota do selecionado brasileiro por sete a um diante da Alemanha. O risco é de ficar mais triste ainda com o desenrolar da campanha eleitoral. Porque do jeito que as coisas vão, mesmo sem a certeza de que será derrotada, a imagem da presidente vem sendo erodida mais do que com o placar do jogo com os alemães: pela rejeição nacional às iniciativas do governo em termos de prestação de serviços públicos, mais do que à sua postura arrogante, autoritária e presunçosa. A seleção nacional precisou convocar uma psicóloga para tentar, sem sucesso, recompor os cacos de seus craques, todos apavorados com os embates futuros, depois do entrevero com o Chile. Pois D. Dilma deveria precaver-se e convidar a sua psicóloga, no mínimo para livrar-se da imagem que a opinião pública demonstrou estar repudiando. Como parece impossível que ela reconheça um dos maiores defeitos próprios da pessoa humana, a soberba, seria dinheiro posto fora. Daqui para diante o caminho da candidata será escarpado e cheio de espinhos, porque cada vez mais o PT a vai abandonando. Em suma, o calvário de Dilma, já iniciado há um ano, apresenta sucessivas estações de sacrifício ainda por enfrentar. Pudesse ela mudar de postura e de imagem e ainda disporia de condições para garantir o segundo mandato, mas hoje ficam cada vez mais tênues as possibilidades de voltar ao que era um ano atrás, como potencial vitoriosa. Nada se pode supor a respeito dos próximos dois meses e meio. A sorte de Dilma, e de Lula, é que os adversários não disseram a que vieram