Ciro diz que Pros quer trocar ministro por um 'corrupto'
Fortaleza - O secretário estadual da Saúde, Ciro Gomes não poupou o próprio partido de duras críticas. Ele disse que o Pros está colocando "a faca no pescoço da presidente Dilma" e que não aceita o uso da chantagem como ferramenta política A crise interna no Pros por conta da disputa em torno do Ministério da Integração Nacional ganha contornos cada vez mais graves. Ontem(11), o secretário estadual da Saúde, Ciro Gomes, afirmou que seu próprio partido está colocando “a faca no pescoço da presidente (Dilma) para nomear corrupto interessado em roubar e não em fazer políticas públicas decentes”. Dirigentes do Pros não aceitam a permanência de Francisco Teixeira -nome ligado ao governador Cid Gomes (Pros) - no cargo, e ameaçam sair da base da presidente Dilma Rousseff caso a troca não seja realizada. Ciro chegou a ameaçar deixar o Pros, afirmando que não aceita o participar “de um partido que use a chantagem como ferramenta de luta política. Não aceito!”. A declaração do ex-governador foi feita durante visita do ministro da Saúde, Arthur Chioro, ao Hospital Geral de Fortaleza (HGF). Seu irmão, Cid Gomes, já havia classificado como “chantagem” a pressão do Pros nacional. “Abomino qualquer tipo de chantagem. Saí do PSB porque o partido resolveu ter candidatura à Presidência e eu não concordei. Minha condição (para entrar em outro partido) era o apoio a Dilma. E o Pros garantiu apoio a Dilma”, disse. Ciro Gomes ainda mandou um recado para o líder do Pros na Câmara dos Deputados, Givaldo Carimbão (AL), que disse em uma entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo ter conversado com o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) sobre a substituição de Teixeira por um “militante do Pros”. “Não aceito e estou avisando ao senhor Carimbão, que está querendo nomear um corrupto para o Ministério da Integração. Esse camarada de Alagoas cujo nome eu não sei”, enfatizou. O "camarada é Marco Fireman O “camarada” ao qual Ciro Gomes se refere é Marco Fireman, ex-secretário de Infraestrutura do governador de Alagoas, Teotônio Vilela (PSDB) e presidente do PSDB de Maceió. Já Teixeira assumiu a Integração no ano passado, após consulta de Dilma a Cid. Ele substituiu Fernando Bezerra, que saiu do cargo após seu partido, o PSB, romper aliança com Dilma Rousseff. O POVO tentou entrar em contato com Marco Fireman por meio da assessoria do PSDB- Maceió, mas nenhuma das ligações foram atendidas. A reportagem também tentou falar com o deputado Carimbão, mas sua assessoria informou que ele estava em uma reunião com o governador de Alagoas. A assessoria preferiu não se manifestar sobre a declaração dos irmãos Ferreira Gomes. Danilo Forte (PMDB-CE) cobrou, em uma entrevista ao O POVO no inicio da semana, que a bancada cearense do Pros se posicione contra a possível mudança, afirmando que ela seria “grande perda para o Estado”. “Ninguém pode entregar de mão aberta só porque um partido quer. É um desprestígio muito grande para o Ceará e para o governador Cid Gomes”. O Pros nacional estaria ensaiando uma aproximação com o PSB do presidenciável Eduardo Campos. Uma aliança como partido do ex-governador de Pernambuco criaria embaraços para Cid Gomes, que migrou da sigla comandada por Campos para o Pros justamente para apoiar a candidatura à reeleição da presidente Dilma Rouseff.