Quintella não descarta recorrer a Justiça para ter acesso dados Petrobras
No encontro entre integrantes da comissão externa da Câmara que investiga denúncias contra a Petrobras e o ministro-chefe da CGU (Controladoria-Geral da República), Jorge Hage, preponderou o impasse sobre o acesso dos parlamentares aos dados obtidos pela controladoria. Na reunião realizada na tarde dessa terça-feira (22), o ministro teria negado aos parlamentares o compartilhamento dos documentos que estariam sob a guarda da CGU e que tratam do suposto pagamento de propina feito pela empresa holandesa SBM Offshore a funcionários da Petrobras. Coordenador da comissão externa, Maurício Quintella (PR-AL) protestou: "Para nossa surpresa, na CGU, o ministrou Jorge Hage informou que apenas forneceria à comissão as informações do procedimentos adotados pela CGU, mas que não compartilhariam os demais dados porque estariam sob sigilo. O que é estranho, porque o Congresso Nacional tem o poder constitucional de fazer a fiscalização". Segundo o deputado, a CGU tem a investigação que a Petrobras realizou internamente e "nesse material, consta o depoimento de Júlio Faerman, suposto representante da empresa holandesa SBM Offshore no Brasil e que teria recebido R$ 139 milhões, que teriam sido utilizados para o pagamento de propina". Quintella disse ainda que não descarta recorrer à Justiça para conseguir ter acesso aos dados que estão sob a guarda da CGU. — Vamos verificar se os documentos que nós receberemos do Tribunal de Contas da União e da Polícia Federal suprem esse do CGU. Se não suprir, vamos recorrer às medidas judiciais. Na tarde de ontem, integrantes da comissão externa também estiveram no TCU (Tribunal de Contas da União). Na ocasião, receberam a promessa do presidente do tribunal, ministro Augusto Nardes, de que teriam acesso aos dados que são analisados pela Corte. — O tribunal se comprometeu a analisar rapidamente os documentos que eles têm. E o que interessar à comissão deverá ser compartilhado em breve.