Renan defende CPI ampliada e anuncia definição sobre o tema para terça-feira
O presidente do Senado, Renan Calheiros, defendeu, nesta quinta-feira (10), a instalação de uma comissão parlamentar de inquérito ampla - e não restrita a investigar apenas fatos relacionados à Petrobras. Em entrevista à imprensa, o parlamentar disse que seria recomendável dar resposta a todos os problemas, sem restringir investigações. – Se vamos investigar, que se investigue tudo. Acho que o Brasil quer isso. Fica muito difícil CPI que só pode investigar determinados fatos e não pode investigar outros. Fica muito difícil dizer que se quer CPI nesta condição – argumentou. O senador não descartou a hipótese de haver mais de uma comissão de inquérito em atividade simultaneamente e disse que estaria "desatendendo a maioria" se tivesse decidido que valeria somente a CPI restrita à Petrobras. – Há o risco de termos mais de uma CPI. Quando fui presidente do Senado em outra ocasião, fizemos simultaneamente cinco. Há momentos da vida nacional em que é importante haver mais de uma investigação para que as repostas sejam dadas. O difícil é limitar. Tem problema na Petrobras? Tem. Mas vamos limitar e investigar só Petrobras com tantos problemas que temos no Brasil? – indagou. O senador informou que a definição se dará na próxima terça-feira (15). Ele pretende antecipar a Ordem do Dia do Plenário para 15 horas e fazer, na sequência, a reunião do Congresso Nacional. Se prevalecer a CPI ampla, deverá abranger não apenas denúncias envolvendo a Petrobras, como o prejuízo com a compra da refinaria de Pasadena (EUA), mas supostas irregularidades nos metrôs de São Paulo e do Distrito Federal e no Porto de Suape, em Pernambuco.
Resposta O presidente do Senado aproveitou para recomendar aos ex-ministros do Supremo Carlos Velloso e Paulo Brossard que leiam pausadamente a decisão dele favorável à criação de uma CPI ampliada. Os ex-ministros afirmaram ao jornal O Estado de S. Paulo que Renan usou erradamente argumentos deles para justificar a criação de uma CPI mais ampla. — Queria aproveitar a oportunidade para recomendar aos ministros Brossard e Carlos Velloso que leiam pausadamente minha decisão porque comentaram algo que eles não leram. Uma decisão regimental e democrática. Lamento as declarações porque eles falaram sem ler. E, quando isso acontece, é muito ruim.
TCU Indagado sobre a decisão do senador Gim (PTB-DF) de abrir mão da indicação a uma vaga no Tribunal de Contas da União (TCU), Renan observou que se tratava de uma posição pessoal. – É importante que as bancadas indiquem um nome que preencha todas as condições para ser ministro. Eu fiquei muito animado com o nome indicado pelo senador Rodrigo Rollemberg, porque a última indicação feita por ele foi a mãe do governador de Pernambuco. Evoluiu – disse Renan Calheiros em referência à atual ministra do TCU Ana Arraes