UPA de Palmeira e os descarados de plantão
Até que enfim o palmeirense vai poder usufruir dos serviços da Unidade de Pronto Atendimento, a conhecida UPA. Nada mais justo de que no dia mundialmente celebrado à Saúde, Palmeira dos Índios visse inaugurar este serviço do governo federal, num prédio que está pronto há mais de três anos.
Isso mesmo!!! Foram três anos de tapeação e desculpas esfarrapadas, onde alegaram até que o município não teria condições de arcar com a manutenção e custeio da unidade de saúde. Mas como vimos ultimamente dinheiro não é problema para o município palmeirense. A questão toda são as prioridades da gestão municipal que tem até R$1 milhão para custeio de um clube de futebol, uma entidade privada, mas dizia que não tinha dinheiro para abrir a UPA. Lembrem-se, o filho do gestor é que é o presidente do CSE, mas quem seria o gestor da UPA?
O glorioso CSE está aí mostrando que pode – às duras penas – disputar um campeonato palmo a palmo com os grandes de Alagoas. Precisa apenas vencer a última partida no sábado e torcer para que ASA e CRB percam seus jogos para que dispute o quadrangular do segundo turno.
Voltando à UPA que é prioridade do “post” e também do povo que vive sofrendo em busca de um alento quando se necessita de assistência à saúde, os descarados de plantão usaram de todos subterfúgios possíveis para empacar uma obra social de relevância em face dos precários serviços oferecidos pelas Unidades de Saúdes instaladas nos bairros e pelo Hospital Santa Rita que não é mais aquele de outrora (quem quiser conferir o que digo, vá até lá!).
Mas na verdade o motivo para a UPA estar fechada não era a falta de dinheiro. Era quem iria gerenciá-la. Primeiro tentou-se uma parceria com a direção do Hospital Santa Rita. Não tiveram êxito, devido a problemas legais. Depois, descobriram o IPAS. Outra entidade privada. Com o IPAS na jogada, a "coisa" acelerou e a UPA saiu do papel. Porém a UPA palmeirense que será inaugurada hoje (após o enésimo adiamento) talvez não funcione. O Ministério Público Federal atento ao caso ingressou com uma ação civil pública para impedir a contratação irregular de servidores através desta empresa privada – que iria gerir a UPA. A UPA foi construída com verbas do Sistema Único de Saúde (SUS) e recursos do governo estadual, num total de R$ 2,88 milhões. A prefeitura local pretende repassar toda a gestão ao Instituto Pernambucano de Assistência à Saúde (IPAS) ao custo mensal de R$ 779 mil, a serem desembolsados pelos cofres públicos.
Vejam caros leitores: R$ 779 mil por mês. Um expert em saúde no município me contou que R$450 mil resolve o custeio da UPA palmeirense. Mas de acordo com ação do MPF, a Constituição proíbe a transferência integral da gestão e da execução das ações e serviços de saúde do Primeiro Setor (município) para pessoas jurídicas de direito privado, como é o caso do IPAS.
Ora, como costumam confundir o público com o privado? No Esporte, quantia vultosa para o CSE. Na Saúde, outra fábula para uma empresa de Pernambuco gerenciar a UPA. Será que em outras áreas fazem o mesmo?
Para alertar aos cidadãos palmeirenses, a empresa que a prefeitura de Palmeira dos Índios firmou contrato para gerir a nossa UPA é acusada de várias irregularidades em alguns municípios onde presta serviços. No Rio Grande do Norte, nove pessoas do IPAS foram presas em 2012. Além disso, outras acusações pululam noutras cidades. Quem quiser conferir é só ir no google e realizar uma pesquisa com o nome desta instituição.