Renan: fiador da tranquilidade do Planalto na CPI
Assim que acabou uma reunião no Palácio do Planalto com o deputado petista Ricardo Berzoini (nesta terça-feira ele assume o cargo de ministro de Relações Intitucionais), um grupo de líderes da base aliada seguiu para a residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). No local, teve início uma nova reunião. Segundo um dos participantes do encontro, o Planalto quer que Renan deixe para depois a leitura do requerimento para criação da CPI da Petrobras. O governo quer ganhar um tempo para definir a estratégia. A oposição deseja que a leitura seja feita ainda nesta terça-feira. A expectativa no Planalto é que Renan seja uma espécie de “fiador da tranquilidade” do governo na condução dessa CPI que tem potencial para trazer uma agenda negativa para presidente Dilma Rousseff. Com dificuldades para retirar a assinaturas de governistas do requerimento da CPI, a articulação política palaciana quer definir um plano B. A principal opção é incluir novos temas na CPI da Petrobras que possam causar desgaste ao PSDB do senador Aécio Neves e ao PSB do governador Eduardo Campos. Nesse caso, haveria uma repetição da CPI do Fim do Mundo, como ficou conhecida a CPI dos Bingos, em 2005. Mas caso haja dificuldade jurídica para incluir novos temas fora do assunto central da CPI da Petrobras, o governo trabalha com a possibilidade de criar uma segunda CPI para sangrar tucanos e socialistas. Com a CPI da Petrobras controlada, os governistas iriam dar visibilidade a temas que possam causar desgaste ao PSDB e PSB. “Renan Calheiros irá definir qual a melhor estratégia para conduzir essa CPI. Caso não seja possível novos temas, poderemos criar uma nova CPI”, ressaltou um participante da reunião no Planalto.