Regis Cavalcante é pré-candidato a Deputado Federal
O Jornalista e Professor da UFAL, Regis Cavalcante, pautou sua atuação pela defesa dos interesses da sociedade, com ênfase para educação, qualificação de trabalhadores e ampliação do mercado de trabalho. Assim ocorreu em todos os cargos políticos que exerceu, fosse como Vereador, Secretário municipal de educação, Secretário da criança e do adolescente, Secretário do trabalho, emprego e renda de Alagoas e Secretário de Pesca e Aquicultura, ou como Deputado Federal. Na Câmara Federal como Deputado assumiu, em diversas oportunidades, a vice-liderança do PPS e votou contra mudança nas leis trabalhistas prejudiciais aos trabalhadores e também contra a manutenção da CPMF, cujos recursos estavam sendo desviados para cobrir outras dívidas do governo. Como Deputado Federal, Regis Cavalcante participou das comissões de Defesa do Consumidor, Meio ambiente e Minorias, de Direitos Humanos, de Segurança Pública e Imunidade Parlamentar, de Constituição e Justiça e da CPI para investigar obras inacabadas financiadas pelo Governo Federal. Devido a isso, foi considerado o Deputado mais atuante de Alagoas pela Folha de São Paulo. Nessa entrevista fala sobre as diretrizes do partido para o pleito de 2014, sobre a indicação de seu nome para Deputado Federal por Alagoas e sobre as responsabilidades, que o parlamentar precisa ter para exercer seu mandato. Em fevereiro o PPS reuniu-se em Brasília e definiu suas diretrizes para o pleito de 2014. O apoio a Eduardo Campos foi de fato confirmado? E como será a atuação do partido em Alagoas? Primeiramente é preciso entender que a experiência do PT no poder esgotou-se completamente. Precisamos renovar esse país, renovar a política e nisso o PPS indicou o nome do Governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, vamos defender a bandeira de uma nova política com Marina, Eduardo, com Roberto Freire. Vamos fazer a discussão dando embate sobre as questões mais essenciais para a população hoje, vamos defender e discuti-las juntos com a sociedade brasileira. No seu planejamento estratégico nacional, o PPS definiu que nós devemos fazer nas próximas eleições 23 deputados para a Câmara Federal e como tarefa, nos foi colocado à possibilidade de eleger um Deputado Federal em Alagoa e meu nome está à disposição para isso. Há outros nomes no partido no Estado, mas o fato de já ter exercido mantado e ter sido considerado o Deputado Federal mais atuante, torna-me mais presente na memória das pessoas. O PPS sempre manteve sua ideologia de esquerda democrática, mas a política no país, pelo menos junto ao eleitorado, está esvaziada de pensamentos ou sentimentos ideológicos. Como buscar o apoio do eleitor nessa nova realidade? Sei que a realidade hoje no Brasil e principalmente em Alagoas, mostra que não está mais em jogo o debate das ideias, das questões que movem a necessidade do povo, mas está em jogo sempre o poder monetário, o que tem valido é se se tem dinheiro para ser candidato, está é uma visão que tem levado a política aos piores índices: a dos mensaleiros, da corrupção, da irresponsabilidade política, não abrir o debate para as questões que envolvem os serviços públicos nesse país. Por isso que estamos cada vez mais com a educação em péssima qualidade, a saúde aos frangalhos, a segurança pública de norte ao sul do país inexistente, que deixa a população com sentimento de insegurança. De fato ninguém está seguro nesse país. A questão da mobilidade urbana, que é outro grande desafio pra sociedade. São questões que estão aí na ordem do dia para todos nós. É claro que agora vamos ter um momento de uma copa do mundo, estamos também deflagrando um processo de olimpíadas, de eventos esportivos que irão chamar a atenção das pessoas principalmente pelo montante de recursos investidos de forma excessiva nessa área que chamou a atenção dos brasileiros, por isso o desencadear de uma série de manifestações exigindo o padrão FIFA para os serviços públicos nesse país. A sociedade despertou para essa questão e é isso que nós que fazemos uma esquerda democrática temos que buscar. Nós temos que ganhar as ruas para as urnas, para que as pessoas possam manifestar àqueles políticos, e eu me incluo entre eles, que eles tenham responsabilidade social e responsabilidade com a sua pátria, esse é o grande desafio para quem quer ser Deputado Federal. Então para o senhor o foco dessas próximas eleições será o Congresso? Sim, pois lá no congresso nacional, que é a verdadeira casa do povo brasileiro, precisa ser o foco não das picaretagens, das renúncias, daqueles que tem nome e sobrenome de pais que se envolvem no crime da corrupção, no atraso político principalmente no Estado de Alagoas, mas que seja um local para se construir uma política de um projeto de desenvolvimento sustentável, de um projeto que uma a luta pela paz por uma sociedade fraterna. É isso o que precisamos colocar no país. Essas não são palavras vagas, não são palavras soltas no ar. Esse é o sentimento que está dentro de cada um de nós, cada um da população brasileira hoje quer uma sociedade justa, uma sociedade em que o cidadão possa ir a um posto de saúde e dispor de exames, que hoje não tem se quer um raio x de tórax quanto mais um exame mais complexo. Isso porque a saúde pública da Dilma, do PT é uma vergonha para esse país, e é isso o que vamos precisar mudar. O senhor é conhecido por ter uma grande disposição para o debate político e sempre com opiniões firmes. Quando começou sua trajetória política? Desde os meus dezesseis anos de idade quando iniciei minha jornada na política. Sempre militei na política, da estudantil a sindical e agora na política partidária mantendo meu compromisso social. Sinto orgulho em dizer que represento um partido com mais de 80 anos de história, que sempre esteve do lado das grandes causas desse país. Foi lá na luta de resistência democrática contra a ditadura militar, na luta pelas diretas já, na constituição democrática de 88, em todos esses episódios estivemos presentes inclusive no impeachment de um presidente da República, um momento crucial em que saímos de uma ditadura para uma democracia em que elegemos o primeiro presidente e ter de tirá-lo pelos maus feitos, foi um momento difícil para a sociedade brasileira, mas ela soube resistir. Agora temos de virar a página desse partido, que tem uma visão muito estadista de poder e quer transformar o Estado brasileiro em um partido político e isso a sociedade não vai deixar. O PT criou uma forma de governo, que tem atendido as necessidades imediatas da população. Os programas Bolsa Família e Minha Casa, Minha Vida, tem tido cada vez mais investimentos por parte do governo. Em contra partida, vê-se cada vez mais escândalos políticos, porém ao que parece a população está satisfeita. Para o senhor então as atuais condições de vida no Brasil não são satisfatórias? Quem em qualquer local, em qualquer bairro, em qualquer cidade nesse país está satisfeito com suas condições vida? Será que teremos de "fulanizar" e mercantilizar a política? Essa mercantilização da política levou a esse quadro absurdo de o Congresso se transformar em balcão de negócios dos piores interesses. Isso só se muda no voto e as pesquisas mostram que a vontade de mudança já está presente na mente do brasileiro. Precisamos dar um novo rumo para o Brasil, isso só será possível se avaliarmos as representações políticas que aí estão e escolhermos democraticamente nas urnas. Nós só mudamos com democracia. O populismo é um erro. Os países de nosso continente, vizinhos do Brasil estão sofrendo com essa prática, com o atraso dessa visão que aprisiona as pessoas em ações assistencialistas que não avançam para uma melhoria real.
Se for assim, que tipo de governo o Brasil precisa ter? Precisamos ter uma gestão pública inovadora, competente e o parlamento tem responsabilidade nisso. É por isso que sou parlamentarista, eu não sou presidencialista, como meu partido também ele é parlamentarista. Por isso precisamos ter um parlamento competente. Veja este como está agora, está em sucessivas crises. Numa democracia é o parlamento quem resolve, ele é importante na vida do cidadão em qualquer lugar do mundo, no Brasil precisamos nos aperfeiçoar. Não se pode votar no candidato por que é filho de seu "fulano" ou por que tem um sobrenome, nem tão pouco por querer arrumar um emprego para o filho que nunca trabalhou na vida e agora quer ser um deputado. Isso tem que acabar.
Parlamentarismo? Mas enquanto aos interesses da nação? Seriam atendidos? Claro que sim. O Deputado Federal é um representante do Estado, mas também dos interesses da nação, de todo o povo brasileiro. Essa é uma questão que vivenciei, tenho experiência, não sou nenhum neófito nisso. É preciso discutir essa questão com profundidade: qual é a política ideal para defender os interesses de nossa nação perante o mundo? E o Deputado Federal tem que estar atento a isso, essa é uma responsabilidade muito grande, que não pode ser assumida por um neófito qualquer só porque tem nome tem o nome do "papai" ou da "mamãe", isso tem que acabar essa política conformista das oligarquias, que querem sempre se reproduzir no poder do Estado de Alagoas. Eles se reproduzem sutilmente porque geralmente as pessoas se dedicam a discutir quem vai ser o governador e esquecem o miolo da história: a composição das casas legislativas. É por isso que as câmaras de vereadores hoje estão todas sobre o controle dos prefeitos, o que é um absurdo. Essa tem sido a prática do legislativo em nosso país, começa nas casas legislativas das cidades, quando vai pra Assembleia é um "Deus nos acuda". Tem coisa que mais as pessoas rejeitem do que a assembleia legislativa do Estado de Alagoas? E daí há também a representação nacional. Nós precisamos ter deputados preparados para atender aos interesses do Brasil.
Qual deve ser então a preocupação de um Deputado Federal? É de como devemos inserir o Brasil nessa nova economia global? Existe uma preocupação com a economia verde. São mais de duzentos bilhões investidos nesse tipo de economia pelo mundo afora. Qual é a visão de quem quer ser deputado sobre essa questão? Vai querer apenas que nosso povo fique marcando passo? Mendigando emprego? Nós queremos uma política de pleno emprego. Queremos que tenha realmente um Estado forte capaz de resolver os problemas da população e não apenas que atenda aos interesses do capital como o PT faz, deixando os banqueiros com os maiores lucros, os melhores benefícios, as melhores vantagens enquanto que a maioria do povo continua marcando passo, em programas que a princípio são importantes como o Bolsa Família, mas que não são aperfeiçoados. Esse é o grande desafio: aperfeiçoar as políticas que combatam a pobreza, mas sem manter a pessoa eternamente na pobreza, que é isso que vem acontecendo. É preciso garantir que as pessoas tenham cidadania, saindo do estado de letargia para uma sociedade cidadã, participativa, onde todos tenham seu emprego sem precisar mendigar favores de seu ninguém!