Equipe de José Wanderley Neto faz mais um transplante de coração em Alagoas
A equipe do Instituto de Doenças do Coração da Santa Casa de Maceió realizou nesta sexta-feira (07.03) mais um transplante de coração, sob o comando do cirurgião-cardíaco José Wanderley Neto. O paciente foi o aposentado Adeilton Alves Feitosa, 49 anos de idade e residente no município de São Miguel dos Campos. Ele sofria de miocardiopatia chagásica crônica (patologia que deteriora o músculo cardíaco em decorrência da doença de Chagas) e estava há seis meses na fila de espera por um coração. Adeilton Feitosa é casado e tem três filhos. Ele trabalhava numa usina da região em que mora até que começou a manifestar a doença, que limita a capacidade produtiva do paciente e evolui até levar ao óbito. Caso não conseguisse o novo coração, Feitosa talvez não chegasse vivo ao final do ano. O doador foi um homem de 51 anos, que residia em Maceió, era casado e morreu em decorrência de um aneurisma cerebral. A família autorizou a doação do coração e rins. A cirurgia de transplante durou quatro horas e transcorreu dentro do previsto pela equipe médica. “O paciente está se restabelecendo bem, sem qualquer problema”, disse José Wanderley. Ele prevê que em até uma semana Adeilton possa deixar a UTI cardíaca. Chagas
Segundo boletim recente da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a doença de Chagas é causada pelo tripanossoma cruzi, transmitido para humanos pelo inseto triatomídeo – conhecido popularmente como barbeiro -, transfusão de sangue, contaminação oral ou congenitamente. O acometimento cardíaco na forma crônica – a cardiomiopatia chagásica crônica -, produz arritmias ventriculares, bloqueios intracardíacos, anormalidades contráteis regionais, insuficiência cardíaca, fenômenos tromboembólicos pulmonares e ou sistêmicos, e morte súbita. O prognóstico da miocardiopatia chagásica é pior que de miocardiopatias de outras causas. Estima-se que no Brasil mais de dois milhões de pessoas estão contaminadas pela doença de Chagas.