Roberto Jeferson anuncia que Collor vai ajudá-lo na "vaquinha"
O delator do chamado 'mensalão', Roberto Jefferson, pretende seguir o caminho dos petistas condenados na Ação Penal 470 e pedir ajuda para pagar a multa de R$ 724 mil a que foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Alguns nomes que estão na lista do ex-deputado do PTB são importantes líderes do partido, como o ex-presidente Fernando Collor (AL), o senador Gim Argello (DF) e o deputado Jovair Arantes (GO). "Ligo para o Collor, para o Gim, para o Jovair. Peço ao Benito para arrecadar. O Collor não vai se negar, tenho certeza. Meus companheiros não vão me faltar", declarou Roberto Jefferson ao jornal O Estado de S.Paulo. "Mas, primeiro, vou tentar liquidar (a multa) da minha parte, talvez pedir um parcelamento", acrescentou o ex-deputado. A ideia, no entanto, não é lançar um site, como fizeram os petistas José Genoino e Delúbio Soares. Juntos, os dois arrecadaram pela internet cerca de R$ 1,7 milhão para pagar suas multas. "Não vou fazer lista em site. Não sei e não quero fazer. O PT tem facilidade em arrecadar, todos que têm mandato contribuem mensalmente com o partido. No PTB, os deputados não dão um centavo ao partido", disse Jefferson. Apesar de réu confesso e sem mais direito a recursos pela condenação de sete anos e 14 dias de prisão, Roberto Jefferson somente na segunda feira foi preso. Ele vai aguarda do presidente do STF, Joaquim Barbosa, a decisão sobre se poderá cumprir pena em regime domiciliar. Sua defesa argumenta que, por conta da recuperação de uma cirurgia que retirou um câncer no pâncreas, o ex-deputado tem uma dieta rígida, que não poderia ser seguida na cadeia. A dieta que inclui salmão e geleia real, amplamente divulgada pela imprensa no ano passado, foi repetida por Jefferson nesta segunda-feira: "ridicularizaram minha dieta, mas é o que tenho que seguir diariamente. Não tenho condição de ficar em um presídio com o que eu como: arroz, pão, massa integrais, queijo magro, proteína, salmão, geleia real", disse. Sobre a prisão dos outros condenados, Jefferson disse que o ex-ministro José Dirceu não tem que "sofrer mais que os outros" – o petista pediu autorização para trabalhar, mas foi o único que não obteve resposta de Barbosa. O ex-deputado do PTB também disse ser favorável à prisão domiciliar de Genoino, que sofre de uma doença do coração.