A esquerda em Alagoas deve chegar dividida nas eleições
O clima dos bastidores da esquerda alagoana não é dos mais agradáveis. Isso porque a Frente de Esquerda, que vem sendo articulada para a disputa das eleições em 2014, que poderia ser formada por PCB, PSOL/Rede e PSTU, está (como quase sempre) em crise. Nacionalmente, as siglas se articulam com mais facilidade para formar um polo de oposição e disputar a presidência, ainda que os três partidos já tenham lançado os seus devidos pré-candidatos (Mauro Iasi, pelo PCB; Randolfe Rodrigues, pelo PSOL; e Zé Maria, pelo PSTU). Já localmente há rumores que o PSOL/Rede – com aval do PSTU – estaria disposto a barrar a possível candidatura de Golbery Lessa (presidente do PCB) ao executivo alagoano. O objetivo seria lançar Mário Agra (presidente do PSOL) novamente à disputa, com o vice sendo indicado pelo PSTU, além da candidatura de Heloísa Helena – meio Rede, meio PSOL – ao Senado. Ou seja: ou o PCB aceita ficar de fora da majoritária ou fica de fora do tudo. Isso deixou um clima desagradável entre as três legendas. O PCB quer apresentar um programa mais ideológico; O PSOL, mais pragmático em Alagoas e refém da vereadora Heloísa Helena, prefere manter o modelo; e o PSTU, com militância mais robusta, não aceita deixar esse espaço para o PCB. A Frente parece já nascer desgastada, apresentando o nome de Agra, que não fez boa campanha em 2010, ao invés de lançar Golbery, historiador e cientista político, além de um dos maiores nomes do PCB no país. Ficam no ar duas perguntas: Mário Agra vai conseguir atrair o eleitorado e sair dos 1,37% de votos que alcançou em 2010? E o PCB vai fechar essa aliança mesmo levando um “chega pra lá” do PSOL e PSTU? O presidente do PCB, a meu ver, seria o melhor nome para essa disputa. Golbery tem autarquia para sair como candidato da frente, além de reoxigenar os nomes apresentados pela Frente. Em 2006 o candidato da Frente ao governo do estado foi Ricardo Barbosa, que hoje está no PT; em 2010 os três partidos não saíram unidos: O PCB lançou Tony Cloves, hoje no PSOL; e o PSOL lançou Mário Agra. Heloísa pode ser decisiva nessa articulação, já que é sondado (também nos bastidores) que o PSTU pode fechar com a Rede ainda este ano. Todos sabem que a ex-senadora só não saiu do PSOL, pois o partido de Marina Silva – pré-candidata a vice na chapa do PSB – não conseguiu registro no TSE.