Renan pai ou filho?

09/11/2013 11h11
A eleição de 2014 é o assunto que ganha espaço na mídia sempre que algum político de projeção estadual ou nacional conversa com jornalistas. Mas a verdade é que nenhum estado, pelo menos até agora, definiu ainda nomes para o pleito majoritário ou mesmo proporcional. Os veículos de comunicação estão sempre citando prováveis candidatos, mas não há nada de concreto. [caption id="attachment_6482" align="aligncenter" width="600"]Renan, na dúvida se é candidato ao governo em 2014 Renan, na dúvida se é candidato ao governo em 2014[/caption] Em Alagoas, o favorito de todas as pesquisas, senador Renan Calheiros (PMDB), presidente do Senado, continua repetindo, sempre que é perguntado sobre a probabilidade de disputar o governo, que é muito cedo para abrir o processo de candidaturas. “É momento de trabalharmos para tirar Alagoas dos indicadores negativos na educação, saúde e segurança”, diz o senador. E tem toda a razão o presidente do Senado! Apesar de seu favoritismo nas pesquisas, ele não alimenta qualquer papo relacionado à definição de nomes para a sucessão do governador Teotonio Vilela ou qualquer outro cargo na política estadual e nacional. “Tudo tem o sem tempo certo! A eleição deve ficar para o início de 2014. Afinal, já está tão próximo”, argumenta o peemedebista. Mesmo fugindo do debate, Renan tem conversado com todas as forças políticas do Estado, aqui em Alagoas e em Brasília, com os representantes da bancada federal. Inclusive o Collor, que gostaria logo de uma definição dele sobre uma provável candidatura ao governo. “Conversar com todos os políticos é uma rotina da minha vida pública, mas definição de candidaturas só mesmo em 2014”, insiste Renan. Em Alagoas ou Brasília? A grande dúvida que paira sobre a definição de Renan é saber se o político mais influente de Alagoas no cenário nacional é mais importante como governador – para promover uma gestão dinâmica que muda a cara de miséria de um dos estados mais pobre do Brasil – ou continuar exercendo o mandato de senador até 2018? Renan é um dos 10 políticos mais influentes e respeitados do País. Principalmente agora, depois das mudanças que foram empreendidas no Senado desde que ele assumiu a presidência da Casa. Mas, independentemente do cargo que ocupa atualmente, ele é o representante da bancada federal de Alagoas que mais tem carreado recursos federais para o Estado. Sempre que o senador Renan conversa com a presidente Dilma, um ministro do Estado ou outra autoridade federal, seja qual for o tema em pauta, Alagoas, indubitavelmente, faz parte da conversa, pois a atenção do senador está sempre voltada para os interesses de sua terra natal. Não é só Murici! É todo território alagoano.  Renan pai ou filho? Mas a situação do senador é confortável, porque o PMDB tem bons nomes para disputar a eleição do próximo ano em todos os cargos majoritários e proporcionais. Não sendo o Renan pai, por exemplo, pode ser o Renan filho a alternativa para o governo. Renanzinho foi aprovado como prefeito de Murici e agora ganha projeção como deputado federal. É um forte nome. [caption id="attachment_6884" align="aligncenter" width="259"]Renan Filho pode ser a alternativa do PMDB ao governo Renan Filho pode ser a alternativa do PMDB ao governo[/caption] A experiência administrativa que Renanzinho imprimiu nos dois mandatos de prefeito está na lembrança não apenas dos habitantes de Murici, mas de todos os alagoanos que acompanharam, em meio a pobreza do Estado, os indicadores socioeconômicos de uma cidade que superou o desafio da falta de recursos com projetos e a busca de parceria pública e privada para sua execução. Renan filho é ainda muito jovem, mas sua ascensão na política está disparadamente levando-o para a disputa da sucessão do governador Teotonio Vilela no caso de desistência de seu pai. O deputado do PMDB, no confronto direto com o senador Benedito de Lira, com quase 50 anos de atividade política, sai na frente com 29% contra 24% do Biu na mais recente pesquisa. Sonho frustrado em 1990 Renan pai alimento um antigo sonho de governar Alagoas. Chegou perto em 1990, mas o destino lhe tirou das mãos o mandato que está praticamente assegurado em todas as pesquisas de opinião. O hoje presidente do Senado foi vítima da maior fraude eleitoral que houve em Alagoas ou mesmo no Brasil. Fui uma corrupção grosseira. Renan não baixou a cabeça. Foi em frente! Elegeu-se senador, foi indicado ministro da Justiça no governo de FHC, fazendo uma gestão curta, de apenas um ano, mas que superou, segundo alguns observadores nacionais, o mandato de quatro anos de muitos que passaram pelo cargo. Ninguém, em tão pouco tempo, realizou tanto quanto o ministro Renan. Eleito em fevereiro deste ano, pela terceiro vez, presidente do Senado, Renan está recebendo elogios até mesmo de senadores que lhe fazia oposição no período da campanha. Sua grande marca está sendo, até agora, a adoção de medidas administrativas que estão reduzindo os gastos no Senado em R$ 300 milhões, no biênio 2013/2013. O senado está de cara nova, mais próximo da sociedade como nunca esteve em toda sua existência. Mas o presidente da Casa, sem perder de vista tudo aquilo que projetou com a Mesa Diretora para implementar na atual gestão, começa a surfar novamente na onda que pode tirá-lo do confortável cargo de senador para ser inquilino do Palácio Zumbi dos Palmares.