Geral

[RECONHECIMENTO] Centro de Cultura de Palmeira recebe título de utilidade pública; Lei é de autoria da vereadora Ana Adelaide

08/06/2022
[RECONHECIMENTO] Centro de Cultura de Palmeira recebe título de utilidade pública; Lei é de autoria da vereadora Ana Adelaide

Centro de Cultura

O Centro de Cultura de Palmeira dos Índios construído com recursos próprios pelo jornalista, escritor e promotor de justiça Ivan Barros e que fica situado na Rua Otávio Cavalcante, no Centro da cidade, obteve da Câmara Municipal o reconhecimento de sua importância cultural para o Município palmeirense.

A iniciativa partiu da vereadora Ana Adelaide Marques de Albuquerque França que em 18 de maio apresentou o Projeto de Lei nº.  CM 029/2022 votado por unanimidade pelos seus pares.  Em ato contínuo, o projeto da vereadora Ana Adelaide se transformou em Lei que declarou o Centro de Cultura de utilidade pública.

A lei foi sancionada pelo Poder Executivo no último dia 3 de junho sob o número 2486/2022.

Vereadora Ana Adelaide França é autora da Lei que declara de Utilidade Pública o Centro de Cultura de Palmeira dos Índios

O Centro de Cultura contém um grande acervo de arte, cultura, literatura, música e história da terra e gente de Palmeira dos Índios. Instituição sem fins lucrativos, apolítica, apartidária, seu estatuto zela que o objetivo maior é preservar, expandir, divulgar a arte, a cultura e os costumes sociais da terra e gente de Palmeira dos Índios.

Comecei a fazer política desde os tempos de Arnon de Melo, Teotônio Vilela, o Menestrel, Divaldo Suruagy, Geraldo Sampaio e Guilherme Palmeira. Eles se foram e ficaram no passado, e eu também. Fui candidato a vereador mais votado de Palmeira dos Índios, e candidato a Deputado Estadual mais votado da região, alcançando a primeira suplência porque me faltaram 23 votos. Depois aconteceu uma oportunidade e fui convocado para assumir o mandato de deputado por mais de dois anos e renunciei o mandato, por ter sido aprovado em concurso público, em primeiro lugar para o Ministério Público. Aposentei-me como procurador de justiça no Ministério Público. Hoje, me dedico à cultura, a literatura e ao jornalismo. E como membro decano da Academia Alagoana de Letras, tenho 32 livros publicados“, diz Ivan Barros.

E continua o escritor: “O sonho, não faz o homem”, assevera Ivan Barros, que agradece a Câmara de Vereadores em especial à vereadora Ana Adelaide e ao Poder Executivo por acatar a sugestão da Câmara e sancionar a Lei.

O que faz o homem é a sua obra”, e explica Ivan: “O Centro de Cultura é a casa dos meus sonhos. Construí-a, com recursos próprios, investindo mais de 400 mil reais, numa prova de amor a Palmeira, no poente de minha vida”.

Posso assegurar, sem falsa modéstia, que inspirado na Casa do Penedo e outros Centros do Estado, supera em acervo e estrutura alguns deles.

Nele – detalha Ivan – Tem uma exposição de esculturas de personagens famosos da região, índios, cangaceiros, beatos (Padre Cícero e Frei Damião), documentos, cartas de alforria, esculturas como a do escravo Simão Dias que construiu a Igreja Nossa Senhora do Rosário.

Nas salas Luiz Torres e Geraldo Sampaio, fotos antigas da cidade, exposição de todos os jornais que foram publicados em Palmeira dos Índios, desde o “interesse público”, feito de cortiças, de cajazeiras, a coleção de “O Índio” jornal editado em 1920, onde Graciliano Ramos escreveu até à Tribuna do Sertão que completou 26 anos de circulação.

Exposição em fotos de todos os prefeitos que governaram o município, dos bispos da diocese. Com destaque, a escritura de demarcação da Vila de Palmeira dos Índios, (1.200 habitantes) em 1822, a ata de inauguração da estação ferroviária com assinaturas de Graciliano Ramos, Manoel Sampaio Luz, Manoel Passos Lima, Lauro de Almeida Lima Correia Paes, Álvaro Paes, Costa Rego, Francisco Cavalcante, Otávio Cavalcante, Fredovino Maia e Oscar Novaes.

Lá tenho fotos de Graciliano Ramos e Carlos Prestes, Pontes de Miranda, Juscelino Kubitschek (que conheci e tornei-me seu amigo quando trabalhava na Revista Manchete nos anos 70), Arnaldo Niskier, Haroldo Valadão, Humberto Martins, Divaldo Suruagy, Guilherme Palmeira, Mario Lago, Paulo Gracindo, personagens que fizeram parte de minha trajetória”. explica Ivan

Acrescenta ainda Ivan Barros: Um auditório com 80 cadeiras, climatizado, som, piano, projetor de filmes e 20 quadros de artes, de autoria de pintores alagoanos.

O auditório Jofre Soares é destinado a conferências, shows de artistas regionais e reuniões. Existe também uma biblioteca, só de escritores alagoanos, para leitura, consultas e pesquisas.

Enfatiza Ivan Barros: “Aos 78 anos aprendi que ninguém quer saber o que fomos. E que na vida não vale o que temos, nem importa o que fomos, ninguém quer saber que cargos ocupávamos. No mundo, na vida não vale o que temos. Vale o que realizamos com aquilo que possuímos e acima de tudo importa o que fazemos por nós e os outros”.

Já recebi críticas e elogios com incentivos de amigos para que eu venha ser, e que tenho consciência do que ainda não sou. Ora, o que conta é a luz que cada um já tenha conseguido e fazer brilhar em si mesmo. É a melhor maneira de brilhar em si mesmo.

Padre Vieira dizia que “O bem que praticamos em qualquer lugar é sempre seu advogado em toda parte”.

Eis aí o Centro de Cultura.