Política

Lula defende reformas mais justas para trabalhadores e população pobre

24/05/2022
Lula defende reformas mais justas para trabalhadores e população pobre

Foto: Ricardo Stuckert

Durante a entrevista à Rádio Mais Brasil News, transmitida para Brasília (DF) e Manaus (AM), na manhã de hoje, 24, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu discutir com empresários e sindicatos uma adequação das leis trabalhistas ao mundo do trabalho de hoje. Lula também disse que a Previdência Social deve garantir o direito dos aposentados e destacou a necessidade de reduzir a carga tributária para os mais pobres e para os trabalhadores brasileiros.

Ao ser questionado sobre a reforma trabalhista, o ex-presidente afirmou que a ideia não é voltar ao passado, mas discutir com a sociedade uma legislação adequada ao século 21.

“Eu não digo que a gente tem que destruir o que foi feito, a gente tem que readequar a reforma do trabalho ao século 21, tentar adaptar as leis trabalhistas ao mundo do trabalho de hoje, é isso que o movimento sindical deseja. A gente não quer voltar ao passado, a gente quer ir para frente. Ir para frente significa a gente discutir uma lei trabalhista junto com os dirigentes sindicais, junto com os trabalhadores, junto com os empresários e junto com o governo. O que a gente não quer é a destruição, é a implosão que eles fizeram com os direitos dos trabalhadores”, afirmou.

A Previdência deve garantir o direito dos aposentados

Segundo o ex-presidente, a Previdência brasileira estava em situação de superávit durante os governos do PT, por causa da grande geração de empregos com carteira assinada no período. Com maior arrecadação, era mais fácil garantir os pagamentos de pensões, aposentadorias e outros benefícios concedidos pelo INSS.

“Até 2014, a Previdência era superavitária. Sabe por quê? Porque tinha muito emprego, foram criados 22 milhões de empregos, foram legalizadas mais de 6 milhões de micro e pequenas empresas no país. Então a Previdência quando tem emprego, quando tem trabalho e quando tem salário, fica superavitária. Quando não tem emprego, não tem salário e não tem contribuição, fica deficitária. É preciso que a gente tenha um sistema de geração de empregos, de crescimento da economia, para que a Previdência possa garantir ao aposentado o direito de não ser vítima, como acontece toda vez que existe uma reforma”, criticou.

Hoje um trabalhador paga mais impostos do que um milionário

Lula também defendeu mudanças na política tributária. Ampliar o pagamento de imposto de renda pelos mais ricos é um dos principais caminhos a se tomar, segundo ele.

“Eu tenho dito o seguinte: que a solução do Brasil será simples, se a gente eleger uma maioria no Congresso Nacional, para colocar o pobre no orçamento da União, no orçamento do estado, da cidade e colocar o rico no imposto de renda. Porque a verdade é que o rico paga menos imposto de renda proporcional que um trabalhador que ganha R$ 2800 no estado do Amazonas. Porque o que ele paga de imposto nas coisas que ele vai comer é o mesmo que o rico paga. O que nós queremos fazer é que o pobre pague menos imposto e o rico pague mais.

O ex-presidente voltou a criticar o teto de gastos, adotado após o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, que para ele serve apenas para garantir lucro a banqueiros por conta do pagamento da dívida pública.  Para Lula, cujo governos apresentaram superávit com crescimento econômico e responsabilidade fiscal, a real dívida do Brasil é com seu povo.

“Vamos defender um teto de política social? Vamos começar a pagar a dívida secular que este país tem com o seu povo, com os indígenas, com os negros, com os pescadores, com o povo trabalhador, com o povo ribeirinho, com o povo que mora nas periferias deste país? Vamos fazer um pacto para discutir o que é mais importante neste país, se é limitar um teto de gastos para não fazer investimento na área social, para que os banqueiros recebam sua dívida, ou é necessário a gente pagar a dívida que a gente tem com o povo pobre? Como nós vamos tentar dar uma chance? Nós começamos. Queremos fazer as reformas que possam beneficiar o conjunto da sociedade”, destacou ele.