Política

Do MDB dos Calheiros a Collor e JHC: as possíveis mudanças partidárias da mulher do “prefeito-imperador”

29/03/2022
Do MDB dos Calheiros a Collor e JHC: as possíveis mudanças partidárias da mulher do “prefeito-imperador”

Karla Cavalcante pré-candidata a deputada estadual

Uma jovem com carreira estabelecida na odontologia e aparentemente sem pretensão política. Eis a doutora karla Cavalcante, esposa do prefeito-imperador Julio Cezar (MDB).

A primeira-dama de Palmeira dos Índios que até já gravou vídeo nas redes sociais sugerindo a população que procurasse a assessoria do “imperador” e fosse à prefeitura e não em sua casa para tratar das coisas da municipalidade, de repente surgiu como pré-candidata à deputada-estadual ungida pelo marido, que sem ninguém de confiança em seu entorno resolveu apostar na esposa para melhorar seu capital político.

A ideia parece ter virado obsessão e a pré-candidatura cresceu em números de adesivos em residências e veículos de servidores comissionados e contratados da prefeitura, que obrigados em razão dos empregos tiveram que empunhar forçosamente a bandeira da jovem pré-candidata.

Filiada em janeiro ao MDB do governador Renan Filho, Karla Cavalcante, segundo especialistas políticos, não competia com o time que o partido exibia para a eleição na Assembleia Legislativa até aquele momento, pois no máximo só poderia atingir uma das primeiras suplências.

Mesmo assim, o “prefeito-imperador” se mantinha fiel à agremiação que o “adotara” como bibelô, haja vista os benefícios que o município estava recebendo do governo estadual. Era um toma lá, dá cá eleitoral.

Contudo as arrumações partidárias foram se ajustando e há 10 dias o MDB deu o “pulo do gato” filiando Marcelo Victor e mais oito deputados, formando um verdadeiro chapão para a Assembleia Legislativa inviabilizando de vez a candidatura da jovem primeira-dama.

Foi o estopim para o prefeito-imperador-bolsonarista, aconselhado pelo seu “Sêneca” (conselheiro de imperadores romanos) procurar Ronaldo Medeiros do PT e tentar filiar sua esposa no Partido de Paulão e Lula, onde teria chances reais de vitória.

No PT, o caminho estava aberto, a primeira suplência estaria garantida com os votos “obrigatórios” que teria em Palmeira dos Índios e com um dinheirinho a mais poderia conquistar o mandato. PT, PV e PCdoB, formam a federação partidária, montada com 28 candidatos para eleger dois deputados.

Porém, não contava que naquele deserto de candidatos expressivos encontraria um óbice: Silvio Camelo, o deputado do PV, que luta pela segunda vaga nessa federação e de imediato rechaçou a candidatura da primeira-dama na composição.

Silvio Camelo vetou candidatura de Karla Cavalcante na federação do PV

Sílvio Camelo bateu na mesa, esperneou e disse não à primeira-dama. Ronaldo Medeiros (influenciado por membros do PT de Palmeira dos Índios) até que tentou dissuadir Camelo da rejeição à esposa do prefeito-imperador, mas não obteve sucesso.

Sem rumo, nos partidos que compõe ou são aliados à chapa de Paulo Dantas/Renan Filho, o “prefeito-imperador” não contou conversa e teria procurado o PROS que estava com Fernando Collor para filiar a esposa. Até JHC teria sido procurado.

Seria a lei da sobrevivência?

Renan Filho e Fernando Collor são antagônicos. Um é Lula, o outro é Bolsonaro. Pelo que se sabe, irão se enfrentar nas urnas em outubro pela única cadeira ao Senado. Com JHC a situação se repete.

E para onde vai a fidelidade do prefeito-imperador ao MDB dos Calheiros? Vai embora no fechamento do verão, junto com as águas de março?

Soberbo, o “prefeito-imperador” já teria contratado uma agência de marketing por uma pequena fortuna para colar o seu nome e as “suas obras” ao nome da esposa. Além dos adesivos, outdoors mostrarão uma primeira-dama mais engajada na política diferentemente de quando o imperador ganhou sua reeleição. Hoje até as portas do palácio imperial da Baixa Fria estão abertas diuturnamente. Se alguém precisar, não precisa nem mais batê-las. É só chamar…