O programa de rádio “Esportes na Sampaio” desta segunda-feira (21) comandado pelo ex-jogador e técnico de futebol Manoel Pinheiro revelou a podre relação de subserviência dos diretores do Clube Sociedade Esportiva (CSE) ao “prefeito-imperador” Julio Cezar (MDB), que se vê no direito de reter os recursos aprovados por lei ao clube.

Pelo que se percebe o “prefeito-imperador” quer fazer do CSE trampolim político com o dinheiro do contribuinte.

O CSE recebe do município de Palmeira dos Índios – através de uma lei que o considerou patrimônio imaterial da cidade, sancionada em 2017 e atualizada no início deste ano, a bagatela de R$200 mil mensais.

Talvez seja o maior “patrocínio” de um órgão público a um time de futebol, o que equivale a R$2,4 milhão por ano. Além desse orçamento, o clube recebe patrocínio de empresários locais e até de fora do Município, como o ex-presidente do CSA Rafael Tenório, para colaborar nas despesas.

Toda essa dinheirama não justifica o atraso e o não pagamento de salários de jogadores (mesmos dispensados) e do experiente técnico Luiz Carlos Cruz, que foi humilhado pelo prefeito-imperador em sua saída.

Informações dão conta de que a folha salarial do clube (em contratos firmados com a rubrica da FAF) gira em torno de R$50 mil/mês, o que daria livre ao caixa do CSE mais de R$150 mil/mês, haja vista patrocínios como é o caso da empresa AVANT no montante de R$4 mil em alimentos, entre outros.

De qualquer sorte é vedado ao prefeito interferir na administração do time de futebol, pois não é de sua competência a gestão desses recursos, e sim, do clube.

Prefeito-imperador, empresário Rafael Tenório, Presidente José Barbosa e Diretor Financeiro José Alves

O que soou mais alarmante é que o Diretor-financeiro do CSE José Alves de Souza é primo do “prefeito-imperador” e assessor especial do gabinete da prefeitura (Portaria DOM 893/2021), revelando outra relação de ingerência da administração municipal no clube.

No áudio em que passaremos a ouvir adiante e transmitido no programa de rádio “Sampaio nos Esportes”, o Presidente do CSE José Barbosa diz a Luiz Carlos Cruz que não o demitiu (confirmando o abuso de autoridade do “prefeito-imperador”) e que não tem dinheiro para pagar ao treinador.

Luiz Carlos Cruz está há uma semana em Palmeira dos Índios aguardando a resolução de sua situação trabalhista.

Barbosa diz na gravação que vai pedir a José Alves, seu diretor-financeiro para falar com o “prefeito-imperador” e resolver a questão financeira.

Ouça o áudio

Em outro áudio, o Presidente do CSE José Barbosa esclarece ao treinador Luiz Carlos  Cruz que apesar de ter falado com o diretor-financeiro e deste ter falado com “quem de direito”, nada havia sido resolvido.

Ouça o áudio

A situação vexatória leva ao septuagenário clube de futebol, o CSE ao ridículo. Prestes a participar pela primeira vez de uma campeonato nacional, a ingerência política, com intuito eleitoreiro, a não prestação de contas de recursos públicos doados a uma entidade privada esportiva e a relação trabalhista baseada no assédio moral de entes estranhos à entidade contra os profissionais que ali trabalham é caso de extrema preocupação e que deve passar pelo crivo das autoridades judiciais e desportivas.