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“Imperador” perde a coroa para a Câmara em Palmeira

15/12/2021
“Imperador” perde a coroa para a Câmara em Palmeira

Na edição de 29 de novembro publicamos uma matéria no jornal impresso que revela os bastidores político de Palmeira dos Índios e a situação de dependência do prefeito Júlio Cesar, conhecido como “o imperador” perante a Câmara de Vereadores de Palmeira dos Índios.

A reportagem com o título “Prefeito está obrigado a nomear secretários indicados pela Câmara” mostrou a fragilidade política diante do apetite dos vereadores por benesses e principalmente por cargos públicos e que o imperador está de joelhos.

O “imperador” em Palmeira dos Índios

A história parece se repetir – guardando as proporções – após mais de dois mil anos quando Júlio César, imperador romano, perdeu o Poder e a coroa para os senadores. Agora em Palmeira dos Índios, o “imperador do MDB” perde o Poder de fato para os vereadores que mandam em seu governo.

Na cidade a afirmação seguinte é corrente: “Quem manda em Palmeira é a Câmara de Vereadores”.

E a prova inconteste dessa afirmação popular e que a Tribuna do Sertão antecipou foi a nomeação de mais secretários indicados pela Câmara de Vereadores.

Pai do presidente da Câmara na fita

Na semana anterior mais uma nomeação de peso mexeu no quadro de secretários: a nomeação do pai do presidente da Câmara para a Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Convívio Urbano (SPCU).

Roninha Raimundo, presidente da Câmara

O presidente da Câmara de Palmeira dos Índios é sobrinho do Presidente da Assembleia Marcelo Victor e tudo indica que aprendeu o ofício de conduzir a seu gosto o Poder Legislativo que dirige, influenciando até no Poder Executivo de forma veemente.

Agora, os edis aguardam até o início de janeiro para findar a mordida da vez, a nomeação de Manassés Furtado na Secretaria de Educação  e parte da Saúde – para enfim poder conclamar em alto e bom som (após soar as trombetas do império palmeirense no senadinho do Unicompra) que a metade da prefeitura pertence a eles e não se fala mais nisso.

A moeda forte ou poder de “convencimento” dos vereadores diante do prefeito não é conhecido, mas relatos de testemunhas oculares indicam que até gritos existem na relação pouco amistosa entre representantes do Executivo e Legislativo, que só melhora a cada mastigada do Poder Legislativo.

O Município de Palmeira dos Índios possui dezesseis secretarias e mais seis órgãos técnicos com status de secretaria, perfazendo vinte e duas pastas.

Fruto da “negociação” entre prefeito e vereadores foram nomeados: José Cícero da Silva, ex-funcionário da CARPIL, indicação do vereador Madson Monteiro na Agricultura; Flávia Maria Tavares de Lima, indicação do vereador Maxuel Feitosa na Assistência Social; Manassés Furtado na Secretaria de Captação de Recursos e hoje aguardando a sua renomeação para a Educação, indicação de Cristiano Ramos; Flávia Ramos, secretária Executiva da Mulher, Cidadania e Direitos Humanos, indicação da vereadora petista Sheila Duarte; Anna Luísa França, na Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, indicação de sua mãe, a vereadora Adelaide França e Gilmar Cavalcante Lima Junior, secretário municipal de desenvolvimento da infraestrutura urbana e rural, que deixou o posto símbolo CC-1 com salário de R$8.000,00 (oito mil Reais) para ocupar uma assessoria técnica com simbologia CC-8 com salário de R$1.200,00, em menos de uma semana, ou seja, passou de ganso a pato.

Prefeito tira o irmão para nomear pai do presidente da Câmara

Para atender o anseio do presidente da Câmara Ronaldo Correia Junior, o “imperador” foi obrigado a exonerar o irmão Cícero Batista da Silva, conhecido por Cicinho e nomear Ronaldo Raimundo, o pai do edil para a Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Convívio Urbano.

Notem que os indicados ou são parentes diretos dos vereadores ou pessoas muito próximas. Outros edis camuflaram as negociações, indicando prestadores de serviços e cargos em comissão, ou “gerenciando” programas sociais como o extinto “bolsa família”.

Com as nomeações exigidas pelos vereadores próximas de ser concluídas, o império de Júlio César estará pacificado. Porém, até a conclusão das nomeações, os edis continuarão da tribuna da Câmara a mordiscar o calcanhar do imperador para ele lembrar do trato.

Agora, ninguém mais vai ouvir em devassa (a não ser a cerveja), CPI (nem em Palmeira e nem no Congresso) e muito menos fiscalização.

E por falar nisso, onde anda o “fiscal do povo”?