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Movimentos sociais realizam neste sábado ato simbólico para marcar um ano do desaparecimento de Jonas Seixas
Neste sábado (9), às 10h30, no calçadão do Centro de Maceió, em frente à Igreja do Livramento, será realizado um ato simbólico para marcar um ano do desaparecimento do servente de pedreiro, Jonas Seixas. Ele foi levado por uma viatura da Polícia Militar quando chegava em casa, na Grota do Cigano, e nunca mais foi visto.
Na época, os policiais disseram à família que levariam Jonas Seixas para a Central de Flagrantes, mas depois da denúncia dos parentes de que ele nunca chegou ao local, os militares justificaram que liberaram o rapaz, de 32 anos, no viaduto de Jacarecica, Ficou comprovado que não havia mandado de prisão contra a vítima.
Desde então, a família está numa cruzada para conseguir esclarecer o caso e localizar Jonas Seixas. A mãe dele, Claudiane Seixas, já participou de atos, concedeu entrevistas e buscou apoio no Centro de Defesa Zumbi dos Palmares (Cedeca) para garantir a investigação do desaparecimento. “Vivo angustiada e sob medicação, mas quero saber o que aconteceu com meu filho”, declarou ela.
Em março deste ano, cinco policiais militares foram presos e indiciados por sequestro, tortura, homicídio e ocultação de cadáver. A Justiça de Alagoas realizou nesta quinta-feira (7), a segunda audiência de instrução do caso. “Ouvimos algumas testemunhas de acusação. Acredito que ainda teremos mais duas audiências para ouvir testemunhas de acusação e de defesa para que o Juiz decida se os réus serão levados à Júri Popular”, informou o advogado do Cedeca, Arthur Lira.
Os representantes dos movimentos sociais lembram que o caso Jonas não é um fato isolado. O presidente estadual da Unidade Popular, Magno Francisco, viveu um drama semelhante na família. O primo dele, Davi da Silva, foi levado por uma guarnição da Radiopatrulha, após uma abordagem realizada no Benedito Bentes. Davi tinha 17 anos na época. O amigo de Davi, que estava com ele no momento da abordagem, foi assassinado dois anos depois.
Para Magno Francisco, casos como esse, em que jovens negros, pobres, moradores da periferia, são vítimas de violência policial, só alcançam Justiça se houver uma grande mobilização social. “Não podemos deixar que esses casos sejam esquecidos. A violência policial tem que ser apurada com rigor. Os policiais não podem agredir e matar em nome do Estado”, declarou Magno.
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