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‘Jungle Cruise’ transfere para a tela do cinema atração clássica da Disneylândia

28/07/2021
‘Jungle Cruise’ transfere para a tela do cinema atração clássica da Disneylândia

Há um encanto inegável nas atrações clássicas, meio antiquadas, dos parques temáticos da Disney, como a Mansão Mal-Assombrada e o Voo de Peter Pan. Com o sucesso da adaptação de Piratas do Caribe, que rendeu mais de US$ 4,5 bilhões (cerca de R$ 23,5 bilhões) em cinco longas, é claro que o estúdio tentaria transformar algum outro brinquedo em cinema. É aí que entra Jungle Cruise, aberto junto com a inauguração da Disneylândia, na Califórnia, em 17 de julho de 1955, e é um passeio de barco por rios da África, Ásia e América do Sul com um capitão que adora fazer piada de tio. O projeto para transformá-lo em filme vem desde 2004, mas começou a tomar forma mesmo quando Dwayne Johnson topou a empreitada em 2015. Dois anos mais tarde, ele convenceu Emily Blunt para ser seu par. O filme, dirigido pelo espanhol Jaume Collet-Serra, finalmente chega às salas nesta quinta, 29, e ao Disney+, com pagamento adicional, na sexta, 30.

Jungle Cruise, o brinquedo, se inspirou no filme Uma Aventura na África (1951), dirigido por John Huston e estrelado por Katharine Hepburn e Humphrey Bogart. Jungle Cruise, o filme, foi buscar referências em clássicos mais recentes, dos anos 1980, como a série Indiana Jones e o filme Tudo por uma Esmeralda. “Nós queríamos replicar o mesmo sentimento de aventura”, disse Dwayne Johnson, em entrevista ao Estadão. “Emily interpreta uma versão feminina de Indiana Jones, alguém que não é perfeita, mas é aventureira, de espírito livre, cheia de determinação. Ela está realmente à frente do seu tempo.”

Blunt, que diz ter visto Tudo por uma Esmeralda, estrelado por Kathleen Turner, dezenas de vezes quando criança, interpreta a dra. Lily Houghton, uma cientista inglesa que, durante a 1.ª Guerra, vem ao Brasil para embarcar em uma viagem atrás de uma árvore com poderes mágicos. “Ela não se conforma à sua época”, afirmou Blunt. “É uma personagem inspiradora para meninas, porque se recusa a se encaixar nos moldes da sociedade e se deixa levar pelo espírito aventureiro.”

Em Porto Velho, ela contrata o capitão Frank Wolff (Dwayne Johnson), que reproduz no filme as piadas infames ouvidas na atração da Disney. Por conhecer bem a região, ele reluta, mas precisa do dinheiro e acaba aceitando levar Lily e o irmão dela, MacGregor (Jack Whitehall), Amazônia adentro. No caminho, eles vão encarar obstáculos como o príncipe Joachim (Jesse Plemons), que lidera uma expedição concorrente da Alemanha, e Aguirre (Édgar Ramírez), o conquistador que desbravou os rios amazônicos atrás da Árvore da Vida. “Eu não vejo meu personagem como vilão. Há uma razão pela qual ele se tornou um monstro”, explicou o venezuelano Édgar Ramírez ao Estadão.

A atração da Disney, claro, tem 66 anos e passou por revisões recentes em que um grupo de indígenas ameaçadores foi substituído por animais tomando um barco. No filme, os indígenas são conhecedores e protetores da floresta. Lily, que poderia ser apenas a donzela em perigo, é a força motriz da ação. E seu irmão MacGregor faz um discurso bem discreto sobre ser diferente e não aceito pela família e pela sociedade. “Mesmo que o filme esteja enraizado na nostalgia, ele é moderno”, garantiu Blunt. “A intenção era evocar aquela memória de filmes da Disney de antigamente, mas com uma atitude, um gosto e humor contemporâneos.”

Dwayne Johnson queria porque queria trabalhar com Emily Blunt desde que viu O Diabo Veste Prada (2006) e chegou a mandar pessoalmente um vídeo pedindo a ela para considerar Jungle Cruise. Nunca teve uma resposta – a atriz queria uma folga depois de rodar O Retorno de Mary Poppins e Um Lugar Silencioso sem pausa. Mas a atriz acabou topando ao ouvir do diretor Collet-Serra que a ideia era se espelhar em Tudo por uma Esmeralda e Indiana Jones.

Na entrevista com Johnson e Blunt pareados, os dois não param de brincar um com o outro, a se provocar mutuamente. A afinidade é bastante explorada durante Jungle Cruise, em diálogos rápidos e bem-humorados que são quase a razão de existir do filme. “Nossa química foi imediata, mas ele era muito mais educado quando nos conhecemos. Era um cavalheiro. Agora, usa expressões chulas”, observou Blunt. “Não, essa é você!”, protestou Johnson. Foi assim durante toda a breve conversa via videoconferência, que Emily Blunt começou falando um “Diga Hola!” para Johnson. Avisada de que a repórter fala português e cumprimentada pela excelente pronúncia de “Obrigada”, a atriz agradeceu em português. Johnson completou: “Eu amo o Brasil. Estive no Brasil várias vezes”. Quem sabe em Jungle Cruise 2 eles poderiam de verdade filmar no Brasil e não no Havaí? “Talvez!”, acrescentou o ator e produtor. “Mal posso esperar para voltar ao Brasil.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Autor: Mariane Morisawa, especial para o Estadão
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