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49 anos do Teatro de Arena Sérgio Cardoso: Diteal e Coletivo Nois Q Faiz realizam a Mostra Alagoana de Cultura Hip-hop
Os elementos da cultura hip-hop estarão reunidos na celebração virtual dos 49 anos do Teatro de Arena Sérgio Cardoso, um dos palcos mais tradicionais e atuantes de Alagoas na 5ª Mostra Alagoana de Cultura Hip-hop, realizada por meio de uma parceria entre a Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal) e o Coletivo Nois Q Faiz.
Apresentando um importante recorte da vasta produção alagoana dentro do universo da cultura hip-hop, o evento virtual traz rap, break (dança), grafitti, freestyle (rima) e uma roda de conversa com estreia nesta quarta-feira (14/07), às 20h, no canal do Teatro Deodoro no Youtube, pelo link: https://www.youtube.com/channel/UCPZyhz-dbzsl8M7NgfKznTQ .
“Reafirmamos a nossa exitosa parceria com o Coletivo Nois Q Faiz, trazendo a cultura hip-hop para o palco do Teatro de Arena Sérgio Cardoso na comemoração do aniversário dessa casa tão importante para Alagoas. Agradecemos ao Coletivo e parabenizamos pelo relevante trabalho de fortalecimento do hip-hop no estado. Convidamos o público para que assista à mostra e prestigie a nossa cultura. Viva o Teatro de Arena Sérgio Cardoso!”, disse a diretora-presidente da Diteal, Sheila Maluf.
A Mostra Alagoana de Cultura Hip-hop foi realizada no Teatro de Arena de forma presencial com casa cheia durante três anos consecutivos. Em 2020, devido à pandemia, o Nois Q Faiz realizou a primeira edição virtual do evento. Este ano, mais uma vez e pelo mesmo motivo, a mostra estreia online, chegando à sua 5ª edição, evento que se consolidou no calendário cultural de Alagoas.
“O mundo é plural e isso deve nos nortear. O Teatro de Arena Sérgio Cardoso, um palco emblemático, e a parceria com Nois Q Faiz não sugerem isso, mas afirmam, com certeza, mais uma realização significativa. É a ação e dela vem a construção do fato, do ato, a materialização de como deve ser, e neste caso, é, não de forma pontual. Que a importância do que se faz acontecer seja norteada pela grandeza da periferia e dos fazedores do hip-hop de Alagoas. Eles têm em sua arte, em sua luta e em sua capacidade de ocupar os mais diversos espaços por ser a construção no falar e no exercer, através dessa representatividade do que somos e do que temos a contribuir com a nossa identidade cidadã e colocar para toda sociedade o pertencimento e importância da periferia em seu contexto”, pontuou o gerente artístico e cultural da Diteal, Alexandre Holanda.
Segundo Mc Tribo, rapper e educador social, que integra o Nois Q Faiz, realizar a mostra tem se tornado um dever para o coletivo. A aposta no formato online busca manter a presença do evento no calendário cultural local e o contato com os jovens de periferia cada vez mais conectados ao mundo virtual.
“É sempre uma satisfação para a gente ocupar um espaço de importância cultural e política como é o Teatro de Arena. Nosso desejo era comemorar os cinco anos da mostra com todo mundo reunido e curtindo um bom dia de hip-hop, como fizemos ao longo de três anos em parceria fortalecida com a Diteal. Como isso ainda não é possível, optamos por realizar a segunda edição do evento em formato online, só que dessa vez com todas as atrações se apresentando no mesmo palco e seguindo os protocolos”, afirmou.
Sobre o teatro:
Em 14 de julho de 1972, Alagoas recebia o Teatro de Arena Sérgio Cardoso, cuja inauguração ocorreu com a apresentação do espetáculo “O Homem da Flor na Boca”, de Luigi Pirandello, que tinha no elenco os atores Sérgio Cardoso, Jardel Melo e a atriz alagoana Nana Magalhães.
Idealizado pelo ator e então diretor do Teatro Deodoro à época, Bráulio Leite, o Arena foi construído e inaugurado no governo Afrânio Lages, aproveitando estrutura física já existente, onde funcionava o Bar Deodoro. A inauguração contou com a presença de personalidades do teatro brasileiro, como embaixador Paschoal Carlos Magno, que liderava no país o movimento de teatro amador.
Um mês depois de inaugurado, falecia o ator Sérgio Cardoso. Em sua homenagem, o Teatro de Arena recebeu o nome dele. Durante a ditadura militar (1964-1985), o Arena fez história, foi colocado à disposição dos poucos grupos de teatro amador de Maceió, que se mantiveram atuantes, apesar das restrições impostas à liberdade de expressão. Entre eles, a Associação Teatral das Alagoas (ATA), que existe até hoje e é o grupo mais antigo atuando de Alagoas, à época, constituído por universitários, liderado pela atriz Linda Mascarenhas, a grande dama do teatro alagoano.
Ainda sobre seus momentos mais marcantes, destacamos Hoje é dia de Rock, de José Vicente e execução de cenários de José Cabral, o primeiro grande sucesso de crítica e público das artes cênicas de Alagoas, encenado no palco do Teatro de Arena Sérgio Cardoso. Foram 18 apresentações consecutivas, com plateia lotada.
O Arena é administrado pela Diretoria de Teatros do Estado de Alagoas (Diteal) e tem capacidade para 180 espectadores. Atualmente, o Teatro de Arena Sérgio Cardoso, além de sua programação cultural fruto de locação do espaço, abriga o projeto Quinta no Arena, sempre contemplando espetáculos alagoanos de artistas, grupos e companhias locais nas categorias artes cênicas (teatro, dança e circo) e música (popular e erudita).
Com um formato intimista, que permite contato maior do artista com o público, o Teatro de Arena Sérgio Cardoso faz parte da história de muitos artistas e grupos culturais alagoanos que viveram grandes momentos nesta casa. Anexo ao Deodoro, seu palco já recebeu milhares de espetáculos locais e nacionais ao longo de sua existência, um espaço almejado, querido e respeitado pela classe artística.
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