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Pandemia impacta lançamentos nos cinemas e produtores buscam soluções

05/05/2021
Pandemia impacta lançamentos nos cinemas e produtores buscam soluções

Com a maioria dos cinemas permanecendo fechados durante todo o ano de 2020 e boa parte de 2021, os produtores e distribuidores de filmes tiveram que se reinventar para manter o ciclo de lançamentos com o menor impacto possível. Ainda assim, os prejuízos foram enormes, principalmente contando a diminuição brusca das receitas com bilheteria – a principal forma de arrecadação dos filmes.

A primeira grande mudança foi na forma da realização dos festivais. Esses eventos são a porta de entrada para a distribuição dos grandes filmes, pois representam a oportunidade de chamar a atenção dos críticos e aumentar a expectativa pelo lançamento, provocando um aumento na bilheteria.

Mas, com a pandemia, a maioria dos festivais foi realizada de maneira online. Por um lado, isso tirou toda a exclusividade dos eventos, que geralmente realizavam sessões para poucas pessoas. Em compensação, ajudou a democratizar o cinema, proporcionando a chance de o público acompanhar os festivais de qualquer lugar do planeta.

Entre as produções que estavam previstas para estrear durante o período da pandemia, dois caminhos diferentes foram tomados. Em alguns casos, as produtoras e distribuidoras encontraram a solução nos serviços de streaming, aceitando um faturamento bem menor do que o potencial das bilheterias traria, mas disponibilizando mais facilmente os filmes ao público. Por outro lado, muitos preferiram manter a “aura” do cinema e adiar o lançamento inúmeras vezes.

Os festivais travam uma batalha específica com os serviços de streaming. O Festival de Cannes, o mais famoso e conceituado do mundo, acredita que os filmes devem manter a sua principal característica e ter o lançamento realizado nas salas de cinema, enquanto as plataformas digitais tentam acabar com isso e promover mais e mais lançamentos diretamente na internet. Por esse motivo, o evento rompeu as relações com a Netflix em 2018, proibindo os filmes disponíveis no site.

O próprio Oscar, a maior premiação do mundo do cinema, sempre teve resistência aos novos métodos de distribuição, já que um dos pré-requisitos para concorrer às estatuetas era o lançamento nas salas de cinema. No entanto, com a impossibilidade da realização das exibições físicas, as produções lançadas digitalmente acabaram tendo protagonismo na edição de 2021 do prêmio.

Segundo informações do agregador de plataformas Late Night Streaming, 31 filmes indicados ao Oscar estão presentes em algum serviço da internet, sendo 18 na Netflix, 4 no Prime Video, 5 na Disney+ e 4 nas demais plataformas.

Além das grandes plataformas de streaming, existem ainda vários sites que focam no cinema autoral, dando oportunidade aos cineastas independentes continuarem lançando durante a crise. Se quem produz os filmes conseguiu encontrar soluções para se manter na ativa durante a pandemia, o mesmo não pode ser dito de quem é responsável pela reprodução das obras.

As salas de cinema não tiveram outra escolha a não ser o fechamento e, por isso, grandes redes chegaram a decretar falência.