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Alagoas: O retorno do Vírus. O governo fez a sua parte

20/10/2020
Alagoas: O retorno do Vírus. O governo fez a sua parte

Há meses virologistas já previam uma segunda onda de infecções por Coronavírus . Eles afirmavam que, quanto mais liberais fossem as medidas de restrição, maior seria o risco de essa nova onda acontecer. Agora, parece que ela está chegando.

Em muitos países, como Espanha, Bélgica, França e Reino Unido, restrições de movimentação estão sendo novamente reimpostas, de modo a evitar que uma segunda onda de infecções chegue com força. A primeira pegou a maioria desprevenida.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) diz que o Coronavírus talvez nunca mais desapareça. E adverte sobre as possíveis consequências de não se levar a sério as medidas de distanciamento e de se voltar aos padrões de comportamento de antes da pandemia.

Na Austrália, o governo voltou a endurecer as restrições de movimentação após vários casos de infecção entre os frequentadores de bares.

O desejo de viajar também está em alta novamente no Hemisfério Norte, onde agora é verão e, em muitas partes, época de férias – outro motivo para o aumento das taxas de infecção. Muitas pessoas estão se movendo em uma pequena área, festas estão ocorrendo novamente, o risco de infecção está aumentando.

Casos no Brasil

O número de casos da Covid-19 pode voltar a crescer também no Brasil, segundo autoridades  e especialistas em saúde e infectologia  Entretantoa pressão sobre o sistema de saúde será menor nesta segunda onda, pois a população que está retornando suas atividades é mais jovem e aqueles que pertencem ao grupo de risco devem permanecer em casa ( o que não é bem a realidade).

“Todos os países que apresentam uma segunda onda, um aumento no número de casos, em função do retorno das pessoas às suas atividades normais, tem um perfil bem diferente da epidemia em sua fase inicial, porque nós estamos agora tratando de uma população mais jovem, de uma população que está voltando para trabalhar, uma população que está voltando para eventualmente ir nos bares ou voltar a alguma atividade social, cultural, mas com uma mortalidade e com uma necessidade de internação muito menor” ( João Gabbardo – Coordenador do Centro de Contingência da Covid 19, em São Paulo ).

Os especialistas  dizem que o número de casos até pode crescer, mas a pressão sobre o sistema de saúde é menor, porque os idosos, as pessoas de maior risco, as pessoas que apresentem doenças crônicas, essas continuam e a recomendação do Plano São Paulo é essa, essas continuam em quarentena em casa, elas não devem sair pra nenhuma dessas atividades.

Em Alagoas liberou geral

A regra descrita acima não está sendo aplicada em Alagoas. O que temos assistido são aglomerações em praias, restaurantes, bares noturnos e em qualquer lugar onde se possa fazer uma festa, a exemplo de aniversários em família, comemorações e reuniões em locais fechados, shoppings e supermercados. Ao que parece a liberação de distanciamento foi abrangente para jovens, velhos e crianças.

Ressalte-se um detalhe: não se pode imputar qualquer culpa ao governo do estado ou a prefeitura de Maceió caso aconteça mesmo essa segunda onda da pandemia que se anuncia.  O governador Renan  Filho e o prefeito Rui Palmeira ,  bem que tentaram estender o necessário isolamento, sendo confrontados por empresários, trade turístico, entidades de classe e grande parte da sociedade, ameaçando e exigindo o fim das restrições.

As eleições do Covidão

Foi um grande erro o não adiamento das eleições municipais para o próximo ano, para atender interesses fisiológicos e arranjos políticos nas entranhas do Congresso Nacional, com a complacência do Poder Judiciário. Se altera a Constituição por tanta besteira, por que não

o fazê-lo diante de um risco epidemiológico iminente?  Campanhas nas ruas, candidatos e eleitores em caminhadas, abraços, carreatas e eventos políticos às centenas e milhares nas ruas, grande parte sem máscaras, em descontroladas aglomerações, como um convite explícito à contaminação.  É lamentável!  Seja o que Deus quiser!