Política

Jó Pereira alerta sobre perigos da flexibilização desordenada do isolamento

30/06/2020
Jó Pereira alerta sobre perigos da flexibilização desordenada do isolamento

Jó Pereira alerta sobre perigos da flexibilização desordenada do isolamento

Em pronunciamento durante a plenária desta terça-feira, 30, a deputada Jó Pereira (MDB) apelou aos pares para que a Casa não entrasse em recesso durante esse período de pandemia do coronavírus (Covid-19) e também fez um alerta sobre os perigos da flexibilização desordenada do isolamento.

Sobre o pedido de suspensão do recesso, a deputada justificou o pedido argumentado que nos 100 dias do decreto de estado de emergência, o Parlamento tem garantido voz ao povo alagoano, através de seus representantes. “Muitas foram as indicações. Inúmeras foram as advertências e cobranças. Nunca se afastando do princípio democrático e sempre com o espirito de diálogo, buscando atingir o melhor resultado, e assim salvar vidas, diminuirmos os efeitos perversos da pandemia e enxergarmos futuro”, pontuou a parlamentar, observando a importância de não interromper esse canal de diálogo com a sociedade no momento de crise sanitária e econômica. “Entendo que em tempos como o que agora vivemos, não podemos abrir mão de uma única voz que alerte, que denuncie, que contribua, que faça a diferença”, reforçou, destacando, em seguida, os esforços empreendidos pela Mesa Diretora da Casa, através do presidente Marcelo Victor, desde o início da pandemia, ao adotar sessões virtuais e assim garantir a continuidade dos trabalhos do Parlamento.

Em aparte, os deputados Davi Maia (DEM) e Antonio Albuquerque (PTB) também contribuíram com o pronunciamento da deputada. O primeiro endossou o discurso da colega, dizendo que esse não era o momento da Casa entrar em recesso. Para justificar, citou problemas relacionados ao Programa do Leite e ao Programa Cata Mais.

O deputado Antonio Albuquerque parabenizou a fala da parlamentar, mas observou que não concorda com a suspensão do recesso. Albuquerque afirmou não ter dúvidas de que a presidência da Casa adotará, caso seja necessário, a prerrogativa de convocar uma sessão extraordinária para apreciar qualquer matéria importante ao enfrentamento da pandemia.

O presidente da Casa, deputado Marcelo Victor, manteve o recesso, mas criou uma comissão parlamentar para acompanhar as ações referentes à pandemia durante o mês de julho. Jó Pereira foi escolhida para presidir o colegiado, composto por dez deputados.

Flexibilização

Chamando a atenção para os possíveis efeitos de uma flexibilização desordenada do isolamento social, no momento mais crítico da pandemia, a deputada citou alguns trechos de documento escrito pelo professor e economista Cícero Péricles, no qual ele defende que, “sustentada pela renda pública e pela rede de financiamento, a economia alagoana, no período de março a junho, está funcionando, mas com deficiências e limites”.

“O isolamento necessário vai inquietando a todos, mas ele pode ter seus resultados prejudicados agora na pior das fases da pandemia, caso as pessoas passem a não respeitá-lo mais”, destacou a deputada, frisando que a interiorização da Covid-19, concomitantemente com a contaminação dos mais vulneráveis, em todos os recantos, é agora um grande risco: “A medida inicial considerou as decisões tomadas em alguns estados que tinham naquele momento situações mais críticas que a nossa, e agora, quando se fala em afrouxamento, alerto, estamos em um momento crucial da pandemia e não podemos esquecer os números crescentes do interior do Estado”.

Ainda conforme citado por Jó, Cícero Péricles defende que “a reabertura das atividades econômicas em pleno crescimento da curva epidêmica seria contraproducente, no sentido da saúde pública, segundo os infectologistas e epidemiologistas, porque aumentaria ainda mais a possibilidade do contágio, e, segundo, porque os consumidores e clientes estão assustados diante do noticiário. A volta dessas atividades deve ser um processo seguro, negociado com o Estado, prefeituras e orientado pelo setor da saúde pública”.

“Não podemos faltar com a nossa presença nesse período de tamanha decisão. Mas do que nunca devemos estar presentes e dialogando, debatendo, apontando riscos e soluções, fiscalizando e amparando inclusive o próprio governo em relação à ânsia de setores que, já cansados, e sem diálogo há muito tempo, só agora recentemente iniciado, com certeza ampliarão essa pressão”, completou a deputada.