Alagoas
Alagoas zera o desmatamento da Mata Atlântica
O Dia da Mata Atlântica pode ser comemorado com orgulho em Alagoas. O Estado conseguiu zerar o desmatamento do bioma e é destaque nacional no mais recente relatório do Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica.
O estudo foi feito pela Fundação SOS Mata Atlântica em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), reunindo dados de 2018 e 2019.
Alagoas está entre os nove estados com queda no nível de supressão da vegetação, mas conquistou um destaque inédito: zerou o desmatamento do bioma. A ONG considera zerado quando os registros estão abaixo de três hectares desmatados. Rio Grande do Norte é a única unidade federativa a compartilhar essa marca.
Os dados são resultado do trabalho do Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas (IMA/AL) em atuação com demais órgãos de atuação ambiental.
“É um resultado muito satisfatório para o IMA. É um reconhecimento originado de um trabalho de muitos anos que realizamos aqui em Alagoas nas ações de criação de áreas de proteção, licenciamento, fiscalização e educação ambiental”, declara Gustavo Lopes, diretor-presidente do IMA.
O relatório aponta, no entanto, perda de 27,2% da Mata Atlântica em território nacional. Os maiores desmatamentos continuam acontecendo nas regiões mais críticas: nas áreas interioranas, limite com o Cerrado em Minas Gerais e Bahia e nas região centro-sul no Estado do Paraná.
A importância da Mata Atlântica
A Mata Atlântica se destaca por sua grande diversidade de espécies e também um alto grau de endemismo. O bioma possui uma enorme importância ambiental, como na regulação do clima da região, proteção de encostas contra erosões e deslizamentos de terras.
Serve também de habitat e proteção para várias espécies de animais, além de fornecer matéria prima para a utilização humana em diversos fins.
A vegetação alagoana também possui valores únicos no bioma, afirma Rosângela Lemos, curadora do Herbário MAC do IMA.
“A flora alagoana de Mata Atlântica possui fragmentos de mata extremamente importantes, e conta o predomínio de angiospermas, grupo que se caracteriza por apresentar flores e frutos, mas em sua paisagem também estão incluídas outras formas como arbustos, epífitas algumas bastante conhecidas como orquídeas e bromélias, além de trepadeiras, ervas e lianas.
Cerca de 67% de toda coleção do Herbário é formada por espécies da Mata Atlântica. Entre essas espécies catalogadas pode-se destacar: visgueiro (Parkia pendula (Willd.) Benth. ex Walp.), jacarandá (Jacaranda sp.), sapucaia (Lecythis pisonis Cambess.), ingás (Inga sp. ), jequitibá (Cariniana legalis (Mart.) Kuntze), Pau Brasil (Paubrasilia echinata (Lam.) Gagnon, H.C.Lima & G.P.Lewis), embiriba (Eschweilera ovata (Cambess) Mart.), murici (Byrsonima sericea DC), pau-de-jangada (Apeiba tibourbou Aubl.), maçaranduba (Manilkara rufula (Miq.) H. J. Lam), angelim (Andira sp.), bulandi (Symphonia globulifera Linn) e diversas outras espécies ocorrentes nesse bioma no território alagoano.
As espécies de plantas catalogadas pelo Herbário do IMA estão disponíveis para consulta e estudo nas plataformas online: Reflora e Specieslink. Podendo ser acessadas por todos.
Links para acesso: www.reflora.jbrj.gov.br e www.splink.cria.org.br
Mais lidas
-
1SAÚDE
O que é caminhada de gorila: o exercício que está conquistando o mundo, melhorando a força e o equilíbrio
-
2POLÍTICA
Bolsonaro muda agendas em SC e veta presença no palco de pré-candidata do PL que criticou sua gestão na pandemia
-
3'DE MESTRE DE OBRAS A PRESIDENTE DO IGPS'
O escândalo do instituto que recebeu R$ 30 milhões em Palmeira e que está sob investigação federal
-
4PONTOS CRÍTICOS
Em depoimento à CPI, procurador-geral de Maceió contradiz discurso de JHC
-
5PERDA
Coordenadores do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem renunciam às funções