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Paulo Jacinto

14/03/2020
Paulo Jacinto

Terra que me viu nascer,/ E também crescer./ À época, era  Vila, que depois se desprendeu./Hoje. Tenho saudades do meu-bem-querer./ Moro na capital desde a década de sessenta. E nunca vou esquecer./ O torrão que lá brinquei/ estudei e fiz-me crescer./ Paulo Jacinto querida, Terra que me viu nascer.

Doutor Judá Fernandes de Lima, primo-irmão. Filho de tia Gertrudes Magna ( Tude) ( In Memorian), natural da velha Viçosa, radicado na próspera cidade de Arapiraca, médico-escritor renomado, trouxe à tona a saga dos pioneiros Veiga-Teixeira-Vasconcelos. Neto do  saudoso  avó José Luís da Veiga Lima(18.5.1870/23.1.1945), capitão Cazuza,        fez pesquisa sobre os nossos ancestrais transformando-a no majestoso livro Um Genuíno Tangerino.

“ Lourenço Ferreira de Melo Sucupira da Veiga, nosso trisavô, bravo pioneiro português, veio de plagas de Vitória de Santo Antão ( PE) nos idos de 1838), com a esposa e mais sete filhos pequenos , dois meninos e cinco meninas). Adquiriu muitas tarefas de terra de propriedade de um certo  padre Manoel Marques,ainda sem moradia condigna. Desbravador incansável, logo edificou a hoje mais que sesquicentenária  Capela de São Lourenço, da qual era devoto extremado, e o famoso Sobradão dos Veiga com seu genial corredor suspenso, a nível de 1° andar, assoalhado, com a varanda de proteção, a céu aberto, todo em nobre madeira nativa. Uma passagem natural entre o Sobradão e o coro da Capela. Nos fundos situava-se a infalível Senzala dos inditosos cativos”.

A bem da verdade, o núcleo de povoamento fundado pelo nosso trisavô lusitano Lourenço Sucupira da Veiga, transformou-se num vilarejo, distante da sede da Fazenda.Trouxe durante 74 anos, o nome do seu benfeitor. Segundo o primo-historiador, A Vila Lourenço mudou de nome para Paulo Jacinto com a chegada dos ingleses em 1912.A Companhia Grett Western denominou então a então Vila em homenagem ao senhor abastado  Paulo Jacinto que lhes dera o apoio para concretizar o sonho da “Maria Fumaça”.

Na sequencia de nossos ancestrais, encontra-se o nosso bisavô Luis Veiga de Araújo Pessoa, major Lulu. Nasceu no ano de 1827, em Vitória de Santo Antão ( PE). Genitor de nosso avô materno José Luís da Veiga Lima. Que, por sua vez,casou-se cinco vezes deixando uma grande prole composta de 14 filhos. A terceira esposa ( Dona Moça) faleceu prematuramente, deixando sete rebentos a saber: Luís, Antonina-Nina, Mario, Gertrudes, Tude, Maria-Marinquinha, Maria Romeira e, finalmente, Ana-Naninha, nossa saudosa mãe que, por sinal, casou-se com Cícero Rocha construindo uma bonita família. Tabita/ José Tadeu/Nilson Fernando ( In Memorian), Jeva, Cícero, Tereza e a minha pessoa Laurentino Veiga.

Merece, pois, reproduzir o que escrevera na contracapa do livro – Um Genuíno Tangerino – o primo Dr. Judá Fernandes, a respeito de sua inesquecível mãe. “ Uma mulher extraordinária, de têmpera de aço, aguerrida, forjada a capricho, todavia despojada das vaidades mundanas. Sempre revoltada com tanta coisa errada, injusta e absurda. Não aceitava essas mudanças repentinas, transformações sociais radicais, que só vieram piorar a situação dos excluídos camponeses, desgarrados e discriminados trabalhadores rurais, brutalmente rechaçados pelos governantes”.

A História de Paulo Jacinto, desmembrado do município de Quebrangulo, terra do inesquecível escritor Graciliano Ramos. Quando vim ao mundo ( 3.2.46), então Vila produzia em abundância milho/feijão/mamona e algodão. A então Algodoeira Lajense do saudoso empresário Carlos Lyra, comprova toda produção do ouro branco. Desmembrou-se politicamente em 2 de dezembro de 1953.Da que assinala a morte do autor de Vidas Secas.Viva Paulo Jacinto!!