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Educação para o novo

23/03/2020
Educação para o novo

Segundo o historiador Arno Wehling, presente numa reunião  do Conselho Técnico da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, em que falei sobre Ética e Educação”, “há um conflito entre a ética e a moral.”  As palavras, seguramente, não são sinônimas.  A ética distingue-se de moral porque é uma filosofia à qual interessa particularmente o estabelecimento e a recomendação de quais tipos de ações ou maneiras de viver devem ser seguidas para considerar as ações como corretas, boas ou virtuosas, em confronto com aquelas que se consideram como incorretas, más ou viciosas.

A ética tem um interesse voltado mais para a ação do que para a aprovação de nossos atos.  A educação moral suscita sempre muitas controvérsias.  Sob o ponto de vista de alguns educadores, o currículo em si e a própria atividade escolar subjacente à educação moral.  É preciso ter isso em mente.

Hoje, a nossa preocupação é com o nativo digital.  Como consequência, o preparo para as novas profissões.  Como disse Mary Del Priore, “o professor deve ser um orientador”.  A educação não pode permanecer estagnada, nem deve prosperar a violência nas escolas.

Aspásia Camargo condenou a regra de ganhar dinheiro de qualquer maneira.  Citou o filme coreano “Parasita”, vencedor do Oscar, com todos os seus “sofrimentos” (a guerra entre duas famílias).

O conselheiro Nelson Mello e Souza  afirmou que “devemos preparar os nossos estudantes para o novo”.  Ensinar a pensar, levando em conta que os robôs poderão substituir a mente humana, num futuro não muito distante.  Ocorreu-nos, então, lembrar a insistência com que o  conselheiro e amigo Célio Borja falava sempre na necessidade de aprender a pensar.  Como afirmou Rubens Cysne, “a Fundação Getúlio Vargas, nos seus projetos educacionais, hoje foca atividades criativas e empreendedorismo desde a primeira infância.”

O diplomata José Botafogo Gonçalves defendeu a liberdade de cátedra.  “Não se pode evitar que as pessoas pensem de acordo com suas convicções religiosas”.  Foi  o último dos debatedores.

Quando o ex-reitor Antonio Celso Alves Pereira, presidente da sessão, me devolveu a palavra, tive o ensejo de reforçar os conceitos emitidos por alguns conselheiros, especialmente no que se refere à importância da ética no processo educacional: “Sem ela teremos uma educação precária e os resultados, certamente, deixarão muito a desejar.”