Política

Vereador alvo em investigação sobre PCC é eleito vice da Câmara de Suzano

21/02/2020

O vereador José Carlos de Souza Nascimento (PTB), o “Zé Pirueiro”, foi eleito vice-presidente da Câmara de Suzano, na Grande São Paulo, na sessão ordinária da quarta-feira, 19. Ele teve a prisão preventiva decretada em 28 de março de 2018 após promotores do Gaeco – braço do Ministério Público que combate o crime organizado – encontrarem drogas, arma, colete balístico e “grande soma de dinheiro” na Cooper-Suzan, cooperativa de van que ele chefiava.

“Zé Pirueiro” é alvo de uma investigação que apura a relação da facção PCC com o sistema complementar de vans na cidade.

O vereador nega envolvimento com a facção e que tenha cometido qualquer crime.

Em 12 de março de 2019, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça revogou a prisão provisória de “Zé Pirueiro” por medidas cautelares alternativas, como se manter afastado do cargo.

O vereador obteve liminar do ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal, em 5 de dezembro de 2019, para voltar à cadeira na Câmara do município da região Leste da Grande São Paulo.

Ao ser empossado na vice-presidência da Câmara de Suzano, ele fez um agradecimento. “Quero agradecer a confiança dos nobres colegas que me elegeram como vice-presidente e afirmar que vou trabalhar junto com o presidente para fazer uma gestão focada no melhor para a nossa cidade.”

A vice-presidência ficou vaga depois que a vereadora Gerice Lione (PL) renunciou por motivos pessoais. Desta forma, o então vice-presidente, Joaquim Rosa (PL), assumiu o comando da Casa até o final da atual legislatura, que termina em 31 de dezembro.

“Zé Pirueiro” recebeu 13 votos. Também estavam concorrendo ao cargo os vereadores Alceu Cardoso (Republicanos) e José Alves Pinheiro Neto (PDT), o “Netinho do Sindicato”. O vereador Alceu recebeu cinco votos.

Antes do início da votação, Netinho retirou seu nome da disputa.

“O vereador teve a sua prisão preventiva revogada pelo Superior Tribunal de Justiça, com o reconhecimento de que não existiam os fundamentos necessários para tanto. O vereador se encontra na plenitude dos seus direitos políticos e é justo que possa ocupar e exercer plenamente o cargo para o qual foi eleito democraticamente”, diz a nota encaminhada à reportagem pela assessoria do eleito. “Ressalte-se que o vereador não possui nenhuma condenação e a restrição de seus direitos políticos significaria uma antecipação de julgamento. O vereador não possui nenhum vínculo com nenhum tipo de facção criminosa. O vereador jamais cometeu qualquer crime. O vereador exerce o seu direito de defesa no processo em questão e acredita na sua absolvição, pois, é totalmente inocente das acusações.”

Autor: Pedro Prata
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