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Há 35 anos morria o escritor Pedro Nava

13/05/2019

Na noite do dia 13 de maio de 1984, o escritor e médico Pedro Nava recebeu um telefonema, atendido por sua mulher, saiu de casa e por volta da meia-noite. Seu corpo foi encontrado numa praça do bairro da Glória, no Rio de Janeiro, onde o mineiro viveu metade de sua vida. Aos 80 anos, ele tinha se matado com um tiro na cabeça.

A tragédia é comentada no livro Minha História dos Outros, do jornalista Zuenir Ventura. Na época, ele era chefe da sucursal da revista IstoÉ e convocou dois repórteres para investigar o caso e localizar um garoto de programa que estaria por trás da ligação misteriosa. A história acabou abafada.

A morte do escritor, que nasceu em Juiz de Fora em 5 de junho de 1903, é comentada por Humberto Werneck na crônica O suicídio anunciado de Pedro Nava, publicada no Caderno 2 do jornal O Estado de S. Paulo de 21 de julho de 2013. Werneck, que é autor de O Desatino da Rapaziada, sobre jornalistas e escritores mineiros, conta que tinha entrevistado Pedro Nava algumas vezes, um ano antes de seu fim trágico, para escrever um perfil dele, que estava prestes a completar 80 anos, e que não desconfiou de nada – embora depois tenha percebido “evidências em enigmáticas entrelinhas” da conversa.

Em 2012, a Companhia das Letras, num movimento de levar os principais escritores mineiros para seu catálogo, começou a editar a obra completa, e memorialística, de Pedro Nava. Os três primeiros, lançados naquele ano, foram Baú de Ossos, Balão Cativo e Chão de Ferro. Como escreveu Antonio Gonçalves Filho em A memória traduzida em autêntica literatura, no Caderno 2, quando a obra começou a ser reeditada, Pedro Nava deu início a esse projeto de resgatar suas histórias em 1968 e deixou o último volume inacabado. Em 2013, a Companhia das Letras publicou Beira-Mar e, em 2014, Galo das Trevas.

Outra forma de conhecer melhor Pedro Nava é lendo Descendo a Rua da Bahia: A Correspondência entre Pedro Nava e Carlos Drummond de Andrade, obra organizada por Eliane Vasconcellos e Matildes Demetrio dos Santos, publicada pela Bazar do Tempo em 2017.

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