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Juros fecham em queda com aposta em Bolsonaro e na estabilidade da Selic

22/10/2018

Os juros futuros terminaram a sessão regular desta segunda-feira, 22, em queda, que foi expressiva nos contratos de longo prazo, onde se concentram os prêmios de risco do cenário político. Nesta reta final do segundo turno da eleição presidencial, a certeza da vitória do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, se consolidou com o noticiário do fim de semana, destacando a força das passeatas em favor do capitão em várias cidades do Brasil. Nos contratos de curto prazo, as taxas também caíram, refletindo a redução das apostas de alta da Selic nos próximos meses, em meio ao recuo do dólar abaixo dos R$ 3,70 e à perspectivas de que o governo de Bolsonaro será reformista.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2019, que melhor reflete as apostas para a Selic até o fim do ano, caiu de 6,488% no ajuste de sexta-feira para 6,47% e a do DI para janeiro de 2020, de 7,554% para 7,44%. A taxa do DI para janeiro de 2021 fechou em 8,34%, de 8,524% no ajuste anterior. A taxa do DI para janeiro de 2023 terminou em 9,41%, de 9,643%, e a do DI para janeiro de 2025 recuou de 10,162% para 9,94%.

Rafael Bevilacqua, estrategista-chefe da Levante Ideias de Investimento, atribuiu a trajetória das taxas nesta segunda à “empolgação do mercado com o quadro político”. “Hoje não temos grandes movimentos no exterior e, aqui, no fim de semana as manifestações mostraram a força de Bolsonaro”, disse o estrategista, para quem esta reta final de eleição será muito positiva para quem está vendido em taxa.

Segundo Bevilacqua, o mercado vem relativizando o noticiário negativo para Bolsonaro, como a de que empresas estariam bancando a disseminação de mensagens contra a campanha do PT pelas redes sociais. Do mesmo modo, não parece haver preocupação com eventuais desdobramentos das declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de que de que “basta um soldado e um cabo” para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta segunda-feira, o Facebook removeu um grupo de 68 páginas e 43 contas da rede social que, juntas, formavam a maior rede pró-Bolsonaro da internet.

Segundo a empresa, os donos dessas páginas violaram as políticas de autenticidade e spam ao criar contas falsas e múltiplas contas com os mesmos nomes para administrar essa rede. O conteúdo compartilhado pelas páginas não teve influência sobre a decisão do Facebook.

No exterior, a maioria das moedas está enfraquecida contra o dólar, mas o real vai na contramão e avança ante a moeda americana, que era cotada em R$ 3,6912 (-0,64%) às 16h22 no segmento à vista. Os juros dos Treasuries estão de lado, com a taxa T-Note de dez anos projetando 3,192%.

Autor: Denise Abarca
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