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No NE, Maceió lidera o número de famílias com mais dívidas em atraso

10/09/2018
No NE, Maceió lidera o número de famílias com mais dívidas em atraso

Com uma média de R$ 909 em dívidas, Maceió está entre as cinco capitais brasileiras com o menor valor médio mensal de dívidas das famílias, em 2017. A estimativa é da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomércio SP) em sua oitava edição da Radiografia do Endividamento das Famílias Brasileiras. O estudo avalia os principais aspectos, dimensões e efeitos da política de crédito no Brasil sobre as famílias entre 2015 e 2017, período transitório, com encerramento da crise econômica (2014/2016) e início de um processo de recuperação em meio às incertezas políticas e econômicas. A análise foi feita com base em informações do Banco Central do Brasil, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

A capital nordestina com maior número de famílias endividadas é Natal, 79% ou 206 mil consumidores, seguido por Recife, 67%; e São Luís, 67%. A de menor nível de endividamento é Salvador, 51%; Teresina, 52% e; João Pessoa, 58%. Em termos de parcela comprometida com renda, Teresina lidera. Embora o número de consumidores endividados seja menor (em proporção), o nível de comprometimento da renda é alto, 43%; seguido por Fortaleza, 34%; e Recife, 31%.
As regiões com menor nível de comprometimento da renda com dívidas são: João Pessoa, 11%; Aracaju, 25% e Maceió, 26%. Sendo assim, o valor médio do compromisso de dívidas por família é de R$ 2.219, em Teresina; R$ 1.844, em Fortaleza; e R$ 1.788, em Recife. Para as regiões com menor comprometimento da renda, as posições para o valor médio mensal de dívidas, perde Aracaju e se insere São Luís. João Pessoa possui valor médio de R$ 680; Maceió, R$ 909; e São Luís, R$ 1.210.
Dentre as capitais nordestinas, Maceió é líder no número de famílias com dívidas em atraso, com 34%; seguida por Natal, 31%, e São Luís, 30%. As capitais que apresentam o menor nível de famílias com dívidas em atraso foram João Pessoa, 5%; Teresina, 14%; e Salvador, 22%.
Para o assessor econômico da Federação do Comércio do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Felippe Rocha, superado a depressão econômica, o ano de 2017 foi marcado pela recuperação. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios apontou crescimento do rendimento total das famílias brasileiras, em 5,5%, entre 2017 e 2016. Para Alagoas, os dados apontam para redução da massa de rendimento do trabalho em 5,37% entre o 4º trimestre de 2017 e o mesmo período de 2016.
“O ano foi marcado por ligeira redução dos níveis de desemprego. Em Alagoas, a tendência foi também de redução. Se no primeiro trimestre de 2017 a taxa de desemprego chegou a 17,5%, encerramos o ano com taxa de 15,5%, mas 0,7 pontos percentuais (p.p.) acima do mesmo período de 2016 (4º trimestre). Ou seja, embora Alagoas tenha seguido a tendência de queda, não foi suficiente para apresentar melhora em relação ao período de recessão econômica”, explica.
De acordo com o economista, foi um ano de piora dos indicadores de rendimento do trabalhador. “Isso prejudica a capacidade de pagamento e o poder de compra dos cidadãos”, diz o economista ao acrescentar que 2017 se encerrou com um número de endividados, 2,1 p.p. a mais do que o registrado em 2016. Já p número de endividados com contas em atraso foi 6,7 p.p. maior do que o mesmo grupo analisado no final de 2016.
A demora em encontrar emprego e a aceitação de uma renda menor do que a anterior trouxeram dificuldades para o trabalhador alagoano e a inadimplência encerrou 2017 com 0,8 p.p. a mais do que a do ano passado. Assim, entre as capitais do Nordeste, Maceió figura na sexta posição no percentual de famílias endividadas, 62% ou 182 mil pessoas.

PANORAMA NACIONAL

Após o encolhimento da renda e do total de rendimentos ao longo da recessão econômica que atingiu o País entre os anos de 2014 e 2016, uma reação foi notada no ano passado. Em dezembro de 2017, o rendimento total das famílias brasileiras atingiu R$ 277,9 bilhões no mês, alta real de 5,5% em relação aos R$ 263,3 bilhões apurados em dezembro de 2015, ou seja, um aumento de R$ 14,6 bilhões. Considerando a elevação de 1,6% no número total de famílias nesse mesmo período, a renda média mensal familiar passou de R$ 4.250,37 para R$ 4.416,95, elevação de 3,9%, portanto.
Analisando os dados de seu levantamento, a assessoria econômica da Fecomércio SP argumenta que a combinação de três fatores explica essa recomposição da renda. O primeiro deles é a forte queda da inflação no período, que passou de 10,67% em 2015 para 2,95% em 2017, produzindo o chamado efeito-renda, que ocorre quando os salários são reajustados por uma taxa passada muito acima da inflação corrente.

O segundo é o avanço na taxa de ocupação, ainda que de forma bastante gradual e concentrada no mercado informal, após um período de elevação abrupta do desemprego e, finalmente, o aumento na massa de rendimentos dos aposentados, pela combinação da elevação dos inativos e do aumento do benefício médio.
Comportamento semelhante foi observado no conjunto das capitais brasileiras – foco do estudo – embora de forma menos intensa, já que a massa de rendimentos das famílias cresceu 4,8% e a renda média mensal avançou 3,2% entre dezembro de 2015 e o final de 2017, enquanto o número de famílias também se elevou em 1,6%.

Essa alta na renda das famílias foi decisiva para a mudança na trajetória do ritmo das atividades internas, permitindo a interrupção do ciclo recessivo do consumo iniciado em 2014 e alavancando o nível de confiança das famílias, fator essencial para a retomada que se observou nas operações de crédito no país. Assim, a proporção de famílias endividadas no conjunto das capitais brasileiras passou de 59% em dezembro de 2016 para 62,2% no final de 2017. Isso significa um aumento de 540 mil no nú